Após dois anos de ensino remoto devido a pandemia do coronavírus, finalmente os alunos da rede pública retornaram as aulas presenciais neste ano de 2022.
Porém estão correndo um grande risco de ficarem sem aulas novamente, isso porque está sendo articulada uma greve para esta semana.
A paralisação ocorre hoje (22) no estacionamento do Espaço Funarte, a classe defende o aumento de salários, vai contra a reforma administrativa e implementação de homeschooling (quando o ensino ocorre por meio de estudos domiciliares e a responsabilidade fica a cargo dos pais ou dos professores tutores, envolvendo metodologias próprias) e a militarização das escolas.
Defendem também a voucherização do ensino, o que evitaria superlotação das salas de aula, garantindo aos pais matricular seus filhos em escolas particulares por conta do governo.
A presidente do Sindicato dos Professores Rosilene Corrêa, filiada ao PT, e candidata ao governo nas eleições de outubro está na frente da movimentação.
O Governador Ibaneis Rocha (MDB) reagiu na manhã desta segunda (21) contra a ameaça de greve convocada pelo Sinpro-DF, e segundo ele, existe sim a conotação política eleitoreira.
“A gente vê com muita tristeza. As crianças estão aí há quase dois anos afastadas do convívio escolar. Nós não temos nenhum tipo de problema que leve a uma greve. ”, disse o governador.
O governador concluiu afirmando que espera que os educadores não sejam usados por essa vontade política de prejudicar as nossas crianças e os nossos adolescentes.
A articulação aflige também os pais que se preocupam com o futuro de seus filhos, que foram os mais prejudicados nestes dois anos.
É importante frisar que neste período o aumento da evasão escolar foi significativo em todo o país, resultando em um crescimento de 28%, em 2020, para 43% em 2021.
No Distrito Federal o quadro não é diferente para os alunos da rede de ensino público.
Muitos deles abandonaram a escola pelo fato de não terem condições de acompanhar as aulas remotamente, bem como, ter que ajudar a família com alguma renda.
Não é justo com os alunos este retrocesso em um quadro de uma greve desnecessária para o atual momento, principalmente pelo retorno recente, depois do GDF correr contra o tempo para estar dentro das condições necessárias para esta volta.
A presidente do Sinpro-DF inicia sua jornada na política indo contra os docentes e autoridades que foram em busca de salvar o tempo perdido de milhares de crianças que sofreram diretamente com o impacto da pandemia.