A campanha de imunização visa proteger a geração jovem do HPV, uma infecção sexualmente transmissível que pode causar verrugas genitais e câncer em várias partes do corpo. Embora a transmissão ocorra principalmente através do contato sexual, o contágio também pode ocorrer por contato direto com a pele ou mucosa infectada.
A vacina contra o HPV é administrada em duas doses, com um intervalo mínimo de seis meses, e está disponível nas unidades básicas de saúde (UBSs) como parte do calendário de rotina para esse público. Embora o Distrito Federal tenha sido pioneiro na aplicação da vacina, a meta de cobertura, estabelecida pelo Ministério da Saúde em 80%, não está sendo alcançada.
No presente ano, a primeira dose foi aplicada em 62,7% das meninas e 33,7% dos meninos. Os dados também revelam que muitos não retornam para completar a imunização. Apenas 56,6% das meninas receberam a segunda dose, enquanto nos meninos esse número é de apenas 25,6%.
“É uma vacina muito importante porque previne contra o câncer de colo do útero, pênis, vagina e vulva e das verrugas genitais. Temos essa garantia de prevenção quando a pessoa completa o calendário vacinal. Quando não há um retorno, perde-se a garantia, que é acima de 90% – por isso a importância de tomar as duas doses”, destaca a gerente da Rede de Frio Central da Secretaria de Saúde (SES), Tereza Luiza Pereira.
Desafios
Um dos desafios enfrentados na imunização contra o HPV é o preconceito. Existe uma associação equivocada entre a vacinação e a liberação sexual dos jovens, pois o HPV é uma doença sexualmente transmissível. No entanto, é importante esclarecer que a vacinação é recomendada o mais cedo possível, visando evitar o contato com o vírus desde a infância e adolescência.
O objetivo é proporcionar proteção contra os quatro sorotipos do vírus presentes na vacina, dois de baixo risco e dois de alto risco. Ao imunizar as crianças e adolescentes antes do início da vida sexual, estamos prevenindo futuros problemas e garantindo que eles já estejam protegidos quando iniciarem sua vida sexual ativa.
Para incentivar a vacinação contra o HPV, o Ministério da Saúde tomou medidas para igualar as faixas etárias. Desde o ano passado, os meninos podem iniciar o ciclo vacinal a partir dos 11 anos. Essa mudança tem contribuído significativamente para aumentar a cobertura vacinal, e a Secretaria de Saúde tem implementado diversas estratégias para esse fim.
Algumas das iniciativas incluem a vacinação nas escolas, a promoção de educação em saúde e a ampliação do horário de funcionamento das unidades básicas de saúde (UBSs). A vacina contra o HPV está disponível em todas as UBSs que oferecem imunizações do calendário de rotina.
É importante destacar que o papilomavírus humano (HPV) pode ser detectado por meio de exames clínicos regulares, que incluem observação das verrugas e exames de rastreamento, como o Papanicolau.