Com o intuito de garantir vias mais seguras e de longa duração para a população, o Governo do Distrito Federal (GDF) conta com um laboratório especializado em solos e asfalto. Localizados no Parque Rodoviário do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF), esses recursos permitem realizar uma variedade de análises de qualidade, tanto para estradas que serão pavimentadas pela primeira vez quanto para aquelas que necessitam de monitoramento contínuo.
“Um projeto executado que passa aqui pelo laboratório tem, em média, de 15 a 20 anos de durabilidade, sem precisar de intervenção”, afirma o diretor de tecnologia do DER, Roberto Leda Saldanha. “Estamos sempre em busca de novas tecnologias para entregar o melhor para a população do DF.”
Por meio do laboratório, as amostras coletadas das vias do Distrito Federal são submetidas a testes e classificadas, permitindo a identificação dos pontos necessários para alcançar o solo ideal. “Realizamos testes de granulometria para avaliar as dimensões dos grãos e, em seguida, aplicamos o ensaio ISC (Índice de Suporte Califórnia) para comparar o solo local com o padrão estabelecido. Por fim, são feitos os testes de limites de liquidez e plasticidade para verificar as mudanças de estado, de plástico para líquido e de plástico para sólido. Essas etapas são essenciais para alcançar o padrão de solo desejado”, explica Sérgio Eugênio, chefe do Núcleo de Estudos Geotécnicos do DER.
Após a conclusão de todas as análises e testes realizados em laboratório e no local, a equipe define as estratégias de intervenção nas vias sob sua responsabilidade. Um exemplo disso é a aplicação de uma metodologia inovadora no uso de concreto na Via Estrutural (DF-095).
“A técnica é chamada de whitetopping, que consiste em colocar o concreto em cima do asfalto tradicional. Foram feitos mais de 60 testes para que chegássemos ao ponto ideal do concreto para aquela rodovia, considerando o fluxo de veículos que passa todos os dias”, explica.
Na Via Estrutural, está prevista a aplicação de aproximadamente 150 mil toneladas de pavimento rígido ao longo de 24 km, nos sentidos sul e norte. Essa medida tem como objetivo proporcionar uma base segura e durável para os mais de 120 mil veículos que trafegam diariamente nessa via. O investimento total na rodovia é de R$ 55 milhões.
Embora a execução da obra seja realizada por uma empresa contratada por meio de um processo licitatório, o departamento responsável possui agentes que acompanham todo o progresso dos serviços. “Nós acompanhamos de perto essas obras, avaliando se estão em conformidade com as normas estabelecidas, além de coletar materiais para análise. No laboratório, realizamos as devidas análises e, no campo, liberamos os serviços à medida que as análises são concluídas”, destaca Roberto.