No Centro de Ensino Fundamental (CEF) 102 Norte, os estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) receberam um valioso suporte para aprimorar sua experiência educacional. Um ambiente interativo, repleto de brinquedos, luzes suaves, pufes confortáveis e uma atmosfera tranquila foi carinhosamente desenvolvido como a Sala de Apoio. Essa sala funciona como um refúgio seguro para os alunos neurodivergentes em momentos de crise.
A sensibilidade sensorial é um sintoma comum em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), e isso requer um acolhimento especial dentro do ambiente escolar. Até mesmo um ruído simples pode se tornar insuportável para uma pessoa com autismo. Foi nesse contexto que surgiu o projeto da Sala do Silêncio.
Segundo Maria das Vitórias Azevedo, professora da sala de recursos do CEF 102 Norte, os autistas necessitam de momentos de silêncio para regular suas emoções. Ela destacou: “Temos muitas crianças com autismo em nossa escola. Na sala de aula, o barulho pode ser perturbador para aqueles que possuem o transtorno. Nessas situações, os alunos podem sair e ir para a Sala do Silêncio, onde podem recuperar a calma.”
A diretora da escola, Viviane Lima, explicou que a ideia da Sala do Silêncio foi proposta por Milena Salles, uma universitária autista de 19 anos, que possui uma sensibilidade auditiva muito alta e enfrentava dificuldades com o barulho em sala de aula. Durante sua trajetória escolar, Milena sempre teve dificuldade em encontrar um lugar tranquilo para se acalmar.
A universitária Milena Salles generosamente doou o projeto da Sala do Silêncio ao CEF 102 Norte, e a direção da instituição executou a sua implementação. A sala foi inaugurada em junho e tem se mostrado um valioso recurso de apoio para os 14 alunos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na escola.
Viviane, diretora da escola, explicou que a sala foi apresentada a todos os estudantes com o transtorno, e cabe a eles decidir utilizá-la. Em momentos de crise, os alunos podem solicitar ao professor a permissão para passar um tempo na Sala do Silêncio, a fim de recuperar o controle emocional e retornar à sala de aula de maneira mais tranquila.
Felipe Ferreira, um estudante de 14 anos que está no 8º ano e é autista, expressou a importância desse espaço para acalmar-se em determinados momentos. Ele compartilhou: “A sala me ajuda a relaxar. Lá tem diversos brinquedos e um pufe para sentar. Sinto-me muito feliz quando saio de lá. Eu amo muito essa escola.”
Edilene Almeida, secretária-executiva da Secretaria da Pessoa com Deficiência, enfatiza o quanto o projeto contribui para a formação educacional dos alunos. Ela destaca que esse espaço acolhedor atua como um refúgio de calma e descanso, permitindo que essas crianças se sintam confortáveis. Edilene ressalta que essa iniciativa deve ser reproduzida, uma vez que oferece uma educação mais humanizada e reconhece as necessidades individuais das crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Maria Renata Andrade, gerente de Acompanhamento dos Centros Especializados da Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral, mencionou que a ação será amplamente divulgada para que outras instituições possam implementar essa iniciativa.
Ela afirmou: “Vamos realizar um trabalho de divulgação entre os gestores, para disseminar a ideia e incentivar a implantação desse projeto em outras escolas. Essa iniciativa é de suma importância, pois traz uma ação comunitária dentro do ambiente escolar e promove uma mudança de mentalidade na sociedade, passando de uma mera aceitação das diferenças para uma inclusão efetiva.”
Dessa forma, o objetivo é disseminar a Sala do Silêncio como uma prática replicável em outras escolas, fomentando a reflexão e a construção de uma sociedade inclusiva.