As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Distrito Federal (DF) realizaram quase 500 mil atendimentos nos primeiros cinco meses de 2024. Segundo dados do Painel de Perfil Epidemiológico do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), as 13 UPAs do DF atenderam 468.479 pacientes de janeiro a maio deste ano.
Em comparação, no mesmo período de 2023 foram registrados 343.542 atendimentos, representando um aumento de 36% em 2024. Nos primeiros 152 dias deste ano, a média diária foi de aproximadamente 3.082 atendimentos. Comparando com os números de 2022, o crescimento é ainda mais significativo: de janeiro a maio daquele ano, foram realizados 244.917 atendimentos, resultando em um aumento de 91% entre 2022 e 2024. “Esse número impressionante reflete o esforço, dedicação e expertise de todos os profissionais envolvidos nas UPAs do DF”, afirmou Juracy Cavalcante Lacerda Jr., diretor-presidente do IgesDF.
Em janeiro de 2024, 98.931 usuários foram atendidos. Em fevereiro, o número foi similar, com 98.440 atendimentos. Em março, houve um aumento para 100.577 atendimentos. “Os dados mostram que as unidades conseguiram atender a todos os que buscaram assistência, apesar da alta demanda”, explicou Francivaldo Soares, superintendente das UPAs do IgesDF.
Em abril e maio, os atendimentos caíram para 90.943 e 79.588, respectivamente, devido à redução nos casos de dengue. As tendas de atendimento abertas em maio ajudaram a diminuir os casos da doença que chegavam às UPAs, permitindo um foco em outras enfermidades e aliviando a pressão no sistema de saúde. Durante esse período, a faixa etária mais atendida foi entre 20 e 29 anos, com 88.819 pacientes, seguida pela faixa de 40 a 49 anos, com 76.111 atendimentos.
As UPAs de Ceilândia, São Sebastião e Recanto das Emas lideraram os atendimentos, com 54.662, 47.371 e 43.890 atendimentos, respectivamente. Essas são as três UPAs do DF que atendem crianças; em 2024, foram realizados 32.520 atendimentos pediátricos, desde recém-nascidos até 14 anos.
Os dados mostram uma alta demanda por atendimento médico. “Essa alta no início do ano está relacionada à epidemia de dengue e à sazonalidade das síndromes respiratórias pediátricas. Muitos pacientes necessitaram de internações mais longas, o que reduziu a capacidade de atender novos pacientes”, disse Soares.
O superintendente assegurou que não há falta de médicos nas UPAs do DF. “Nosso corpo clínico está completo, conforme a portaria do Ministério da Saúde”, afirmou. Durante a epidemia de dengue, a diretoria do IgesDF autorizou horas extras para os médicos para atender à demanda crescente.
Soares destacou que o maior desafio tem sido a rotatividade de leitos. “A gravidade de muitos pacientes e a restrição de leitos em hospitais de retaguarda prolongam a permanência nas UPAs, criando filas para novos pacientes”, explicou.
Para uma gestão eficiente e focada na governança clínica, a Superintendência de Tecnologia da Informação e Conectividade em Saúde do IgesDF desenvolveu o Painel Epidemiológico. “A criação do painel foi uma resposta à necessidade de uma ferramenta centralizada e acessível para monitorar e analisar indicadores epidemiológicos”, afirmou Deilton Silva, superintendente de TI do instituto.
Painel Epidemiológico do IgesDF é ferramenta de gestão
O Painel Epidemiológico permite uma visualização clara e em tempo real dos dados de saúde, facilitando a tomada de decisões informadas em saúde pública. Além disso, ajuda a identificar tendências e padrões, promovendo medidas preventivas e estratégias de intervenção eficazes. Também melhora a transparência e a comunicação com o público, fornecendo informações precisas e atualizadas sobre a situação epidemiológica. “Essa ferramenta é fundamental para o monitoramento e controle de doenças, contribuindo para a promoção da saúde e bem-estar da população atendida pelo IgesDF”, concluiu Silva.
O painel pode ser acessado pela população no site do IgesDF ou diretamente neste link.