O Governo do Distrito Federal (GDF) e a Neoenergia firmaram, na quarta-feira (21), um acordo para a construção de uma usina de hidrogênio verde (H2 verde) que funcionará como posto de abastecimento para veículos movidos a hidrogênio. Este projeto pioneiro contará com um investimento de cerca de R$ 30 milhões por parte da Neoenergia, sem recursos do governo, utilizando fundos do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O memorando foi assinado pelo governador Ibaneis Rocha e pelos executivos da Neoenergia durante uma reunião no Palácio do Buriti. A previsão é que o posto de abastecimento seja inaugurado em 2025, em um terreno da Neoenergia no Pistão Norte, em Taguatinga.
De acordo com o governador Ibaneis Rocha, o acordo é crucial para a transição energética do Distrito Federal e para a construção de um futuro mais sustentável. “Iniciativas que visam a redução das emissões de gases de efeito estufa são muito bem-vindas”, afirmou. “A instalação dessa usina no Distrito Federal representa um avanço significativo em sustentabilidade ambiental e descarbonização do transporte, constituindo um projeto grandioso e inovador para a cidade.”
Energia renovável
O posto de abastecimento será alimentado por energia renovável proveniente de uma usina fotovoltaica de 150 kWp, e terá a capacidade de abastecer veículos leves, industriais e comerciais, além de pesados, como ônibus e caminhões.
A usina terá capacidade para abastecer, diariamente, por exemplo, um ônibus com 100% de carga (com autonomia de 400 km) e uma empilhadeira, ou oito veículos leves e uma empilhadeira.
Novo mercado
A Neoenergia escolheu Brasília devido ao seu papel como polo econômico e político nacional e sua forte conexão com o transporte automotivo. Eduardo Capelastegui, CEO da Neoenergia, destacou que “o Brasil já possui a infraestrutura necessária para viabilizar novos projetos com fontes de energia renovável, como o hidrogênio verde” e que “o país está avançando para criar um ambiente jurídico e regulatório seguro, o que permitirá às empresas investir e desenvolver o mercado de hidrogênio verde.”
A Neoenergia também mencionou que, embora processos industriais possam ser descarbonizados pela eletrificação direta, setores como transporte pesado, siderurgia, indústria química, alimentícia e fertilizantes necessitam do uso de vetores energéticos, como o hidrogênio verde e seus derivados.
Além do projeto em Brasília, a Neoenergia tem cinco acordos de cooperação com governos e empresas para projetos de hidrogênio verde nos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.