Após mais um caso de violência em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Distrito Federal, parlamentares da Câmara Legislativa cobraram ações imediatas para fortalecer o sistema público de saúde. O episódio mais recente ocorreu na noite de domingo (27/4), na UPA de Ceilândia, onde pacientes, revoltados com a demora no atendimento, iniciaram um tumulto que resultou na depredação da unidade. A Polícia Militar foi acionada e deteve ao menos uma pessoa por dano ao patrimônio público.
De acordo com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), responsável pela administração da UPA, o tumulto começou após a suspensão temporária do atendimento pediátrico. A medida emergencial foi adotada para garantir a segurança de crianças em estado grave, diante da sobrecarga de pacientes e da escassez de profissionais. O plantão contava com quatro clínicos e um único pediatra, que teve que priorizar os casos já triados. Parte dos usuários reagiu com violência, quebrando vidros e colocando em risco os presentes. Um dos envolvidos conseguiu fugir antes da chegada da polícia.
O tema foi abordado na sessão legislativa desta terça-feira (29), quando o deputado Chico Vigilante (PT) lamentou o episódio e prestou solidariedade aos vigilantes agredidos durante o caos. “Antes de ontem houve uma depredação na UPA de Ceilândia, que é a maior do DF. A situação de caos na saúde está sobrando para os vigilantes, que têm que conter a fúria das pessoas que ficam horas a fio aguardando atendimento”, declarou.
Já o deputado Gabriel Magno (PT) atribuiu o cenário à má gestão do Governo do Distrito Federal. “A população está se revoltando com razão nas portas dos hospitais. Deixo minha solidariedade aos servidores da saúde, que estão na ponta tentando oferecer o melhor atendimento. Mas eles não têm culpa, pois a gestão do DF está um caos”, criticou.
Por fim, a deputada Dayse Amarilio (PSB), que é enfermeira, ressaltou que os profissionais da saúde estão esgotados física e emocionalmente. “As equipes estão apanhando nas UPAs. Muitos servidores estão com medo de ir trabalhar. Vários inclusive já entregaram seus cargos. Não sei o que o governo pretende fazer, mas não é possível enfrentar as sazonalidades das doenças sem nomear agentes de vigilância em saúde, sem nomear enfermeiros, sem nomear técnicos de enfermagem. O servidor da saúde hoje trabalha doente e desmotivado”, alertou.