A tentativa do Governo do Distrito Federal (GDF) de viabilizar a compra de parte do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) ganhou um novo capítulo na última terça-feira (29), na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Um parecer técnico da consultoria legislativa da Casa reforçou a obrigatoriedade de que a transação seja submetida à aprovação dos deputados por meio de um projeto de lei.
O documento foi defendido em plenário pelo deputado Chico Vigilante (PT), que criticou a postura do Executivo local. “A procuradoria do GDF fez um parecer raso dizendo que a compra não precisava passar pela CLDF. Agora temos um parecer robusto da nossa consultoria, mostrando que essa aquisição precisa, sim, ser autorizada por esta Casa. O governo tem que mandar um projeto e os deputados que votem, assumindo a responsabilidade por um negócio temerário”, declarou.
O deputado Gabriel Magno (PT) também se posicionou contra a condução da operação. Para ele, a ausência de participação da CLDF fere a legalidade da proposta. “Querem comprar um banco falido por R$ 2 bilhões sem consultar esta Casa. O parecer da CLDF foi claro: a autorização legislativa é imprescindível. O maior acionista do BRB é o povo do DF, que sequer foi ouvido”, criticou.
Mais cedo, ambos os parlamentares participaram de uma reunião com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para tratar do tema. Segundo Vigilante, o encontro serviu para esclarecer que a operação ainda está em fase inicial. “O governo havia anunciado que o negócio já estava fechado, mas hoje ouvimos do próprio Banco Central que a análise está apenas começando. O presidente nos garantiu que seus melhores técnicos estão acompanhando o processo e que nenhum negócio temerário será aprovado”, afirmou.