Em alusão ao Dia Mundial do Lúpus, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) promoveu, nesta segunda-feira (5), um simpósio voltado a pacientes, familiares, profissionais e estudantes da área da saúde. A iniciativa foi do deputado Robério Negreiros (PSD), em parceria com a Associação Nacional de Pessoas com Lúpus (ANPLúpus) e a Sociedade de Reumatologia de Brasília, com o objetivo de debater estratégias para melhorar a qualidade de vida de quem convive com a doença.
Durante o encontro, especialistas discutiram temas cruciais relacionados ao Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), como abordagens terapêuticas inovadoras, o impacto da nutrição no tratamento e a importância do suporte psicológico aos pacientes. Também foram abordados os entraves judiciais e legislativos que dificultam o acesso a benefícios previdenciários e a tratamentos de saúde eficazes.
Na abertura do evento, o deputado Robério Negreiros destacou o papel do simpósio como ferramenta para combater a desinformação e fomentar a criação de políticas públicas mais assertivas. “Sabemos que se trata de uma enfermidade séria e complexa, que, infelizmente, ainda é cercada de desinformação. Por esse motivo, esse simpósio tem inestimado valor, uma vez que reúne especialistas, pacientes e familiares com o objetivo de compartilhar conhecimentos e experiências que podem nos ajudar a construir políticas públicas mais eficazes”, declarou.
Estiveram presentes a reumatologista Tainá Carneiro, representando a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF); a coordenadora do Núcleo de Saúde da Defensoria Pública (DPDF), Flávia Leite dos Santos; a presidente da ANPLúpus, Djane Bento; a representante da Sociedade de Reumatologia de Brasília, Tânia Liete; a presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM-DF), Lívia Vanessa Ribeiro; e Andreia Monteiro, da Sociedade Brasileira de Dermatologia – regional DF.
Homenagem ao pioneirismo na reumatologia
O simpósio também foi marcado por uma homenagem ao médico reumatologista Francisco Aires, que recebeu uma moção de louvor da Câmara Legislativa. Cearense de origem, Aires iniciou sua trajetória médica em 1969, no Rio de Janeiro, e se estabeleceu em Brasília em 1972, onde integrou a equipe da então fundação hospitalar do DF e foi um dos pioneiros no Hospital do Gama.
Chefiou o Departamento de Reumatologia da Secretaria de Saúde entre 1987 e 2012, quando se aposentou. Mesmo após a aposentadoria, continuou atuando voluntariamente no Hospital Universitário de Brasília (HUB/UnB), mantendo seu compromisso com o atendimento público.
Em seu discurso, Francisco Aires ressaltou que a letalidade do lúpus pode ser evitada com intervenções médicas adequadas e criticou a indisponibilidade de medicamentos nas redes públicas de saúde. “A nossa luta é para mudar o entendimento de serviço de saúde pública com relação à atenção dada ao lúpus. Muitos pacientes morrem por falta de acesso aos medicamentos que estão disponíveis no Brasil, mas não têm disponibilidade nas Secretarias de Saúde dos estados”, afirmou.