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Cubanos protestam em Havana contra apagão prolongado após furacão Ian

Os cubanos saíram às ruas para bater panelas e protestar em vários bairros da capital Havana na noite de quinta-feira (29), quando o país entrou em seu terceiro dia de apagões após o furacão Ian.

A enorme tempestade, agora se deslocando para o norte ao longo da costa sudeste dos Estados Unidos, causou o colapso da rede elétrica de Cuba no início desta semana. Ian derrubou a energia de toda a ilha, que tem 11 milhões de pessoas, destruiu casas e campos agrícolas.

Para alguns cubanos, já sofrendo com a escassez de alimentos, combustível e remédios, o apagão prolongado foi a gota d’água.

Jorge Luis Cruz, do bairro El Cerro, em Havana, estava na porta de sua casa na noite de ontem batendo em uma panela de metal e gritando de raiva. Dezenas de outras pessoas nas ruas ao redor de sua casa podiam ser ouvidas batendo panelas em terraços no escuro.

“Isso não está funcionando, chega disso”, disse Cruz à Reuters. “Toda a minha comida está podre. Por quê? Porque não temos eletricidade.”

Protestos nas ruas de Cuba são muito raros. Em 11 de julho passado, manifestações antigovernamentais – as maiores desde a revolução de 1959 do ex-líder cubano Fidel Castro -, abalaram a ilha.

A polícia prendeu mais de mil pessoas, segundo estimativas de grupos de direitos humanos, e centenas de manifestantes continuam presos, mostram números oficiais.

O governo cubano diz que os presos foram julgados e considerados culpados de vandalismo, agressão e, em alguns casos, sedição. Grupos de direitos humanos, no entanto, dizem que foram submetidos a julgamentos simulados e presos injustamente por exercerem seu direito à liberdade de expressão e protesto.

Em Havana, as batidas de panela pareciam estar alinhadas com áreas sem eletricidade. Em outros lugares da cidade, as ruas estavam em grande parte silenciosas.

Mais cedo na quinta-feira, as autoridades anunciaram progressos na restauração da energia para Havana, onde as luzes voltaram a ser acesas em bairros da capital. No entanto, partes da cidade, províncias periféricas e vastas áreas do oeste de Cuba, ainda estão no escuro.

*Reportagem de Dave Sherwood, Mario Fuentes e Nelson Gonzalez em Havana

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Fonte: Agência Brasil

Redação
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