Depois de a Secretaria de Educação divulgar, na noite de segunda-feira (13/7), o calendário de volta às aulas nas escolas da rede pública do DF, a Associação de Pais e Alunos de Instituições de Ensino do Distrito Federal (Aspa-DF) disse que vai pedir esclarecimentos à pasta.
O presidente da entidade, Alexandre Veloso, comentou que a Aspa-DF quer explicações sobre a diferença de calendários para o retorno das aulas entre as escolas particulares e públicas.
“Além disso, vamos pedir a isonomia de tratamento e escolha. Assim como os pais e alunos dos colégios particulares poderão optar pelo retorno ou continuar no ensino remoto, também queremos que os estudantes das escolas públicas tenham esse mesmo direito. Se isso não ocorrer, gostaríamos que a Educação justificasse”, afirmou Veloso.
Ainda segundo o presidente da entidade, o DF não passa por um momento favorável para o retorno com a curva de transmissão da Covid-19 nada achatada e o número de mortes aumentando a cada dia.
“Nas escolas particulares, o retorno será daqui 13 dias. Há uma indicação que apenas 30% dos alunos vão retornar presencialmente. A maioria dos pais está preferindo. Sabemos que há perda pedagógica, mas, neste momento, eles preferem deixar os filhos em segurança”, acrescentou.
Também de acordo com Alexandre Veloso, a Aspa-DF ouve os pais e alunos da rede pública para, se for o caso, levar essa demanda para a secretaria e pedir ao GDF sensibilidade.
“Ainda é cedo para falar sobre esse retorno com tantas mudanças. Vamos tentar obter esses esclarecimentos”, disse.
Em grupos de pais de estudantes de escolas públicas no aplicativo de mensagens WhatsApp, a maioria também é contra o retorno.
Uma mãe, que preferiu não se identificar, disse que o filho está matriculado em um colégio de Samambaia, no 7º ano.
“O meu filho não volta. Devemos entrar em consenso com a secretaria. Não queremos as crianças em risco e também que possam levar a doença para dentro de casa”, opinou.
A Secretaria de Educação disse ainda não ter recebido a demanda da Aspa. Mas garante que, assim que receber, vai analisar os pontos apresentados.
“A rede privada de ensino, conforme legislação vigente, tem autonomia para definição do seu calendário escolar, com homologação pela SEEDF”, explica a pasta, em nota.
Para manter o distanciamento social, a secretaria optou por um modelo híbrido.
Metade dos estudantes de cada turma irá à escola presencialmente em um semana, enquanto os demais farão atividades virtuais ou impressas – no caso daqueles que não tiverem acesso.
Na semana seguinte, o sistema será invertido.
A alternância irá até o fim do ano letivo, em janeiro.
Não será permitido que os estudantes permaneçam nas escolas por mais de um turno.
Eles serão orientados em relação às medidas de profilaxia a fim de evitar a disseminação do novo coronavírus.
Deverão usar máscaras, lavar as mãos com frequência, evitar contato físico e não compartilhar objetos.
O primeiro passo, de acordo com a pasta, para o retorno das atividades escolares presenciais é a testagem dos profissionais de educação para Covid-19.
Os exames serão realizados em parceria com a Secretaria de Saúde de 3 a 14 de agosto.
Em seguida, de 17 a 28 de agosto, ocorrerá a ambientação presencial dos profissionais das carreiras do magistério e assistência, com formação para os protocolos de segurança nas unidades escolares, de acordo com as orientações das autoridades de saúde pública.
Aquelas pessoas que pertencem ao grupo de risco não voltarão.
Profissionais que apresentarem sintomas da Covid-19 também não deverão atuar de forma presencial.
“Tudo foi planejado detalhadamente e tomando todos os cuidados necessários. Nós testaremos os professores, cumpriremos todos os protocolos e teremos uma volta gradual e segura para toda a comunidade da educação. Ter um retorno do processo educacional, mas de forma segura e absolutamente planejada”, garante o secretário de Educação, Leandro Cruz.
*Com informações do Metrópoles