Alunos bolsistas da primeira turma do novo ensino médio, no projeto implementado em parceria pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), apresentam bons resultados nos estudos e no mercado de trabalho. Além de alguns terem recebido notas entre as mais altas na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) destaca que, mesmo com as adversidades intensificadas pela pandemia de covid-19, que levou à suspensão das aulas e elevou a taxa de desemprego entre os jovens, muitos conseguiram superar as dificuldades, concluir a última etapa escolar e dar os primeiros passos profissionais.
Ao todo, 198 estudantes de cinco estados (Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo e Goiás) concluíram o curso em dezembro do ano passado, dentro do programa de formação técnica e profissional, recebendo o certificado de conclusão do ensino médio e também o diploma de técnico em eletrotécnica. Entre os alunos da primeira turma, iniciada em 2018, 81,5% vieram de escolas públicas, 87% são da classe D e 13% são da classe C. De acordo com o Sesi e o Senai, o curso de eletrotécnica foi escolhido para a turma piloto por ser uma ocupação transversal, abrangendo atividades de manutenção, projeto e execução tanto elétrica quanto eletrônica.
As escolas de todo o país têm até 2022 para implementar o novo modelo. Porém, por causa da pandemia, as redes de ensino relatam dificuldades para implementar os novos currículos. O chamado novo ensino médio pretende aproximar os conhecimentos aprendidos em sala com a realidade dos estudantes e permitir que eles escolham áreas de estudo com as quais tenham mais afinidade. Para isso, a formação tem uma parte do currículo comum e outra direcionada a uma área técnica, escolhida pelo aluno, com ênfase em linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino técnico.
“Além de se preparem para a faculdade e o mercado de trabalho, os jovens relatam desenvolvimento pessoal, já que o novo método de ensino tem abordagem interdisciplinar e incentiva trabalhos em grupo, o autoconhecimento e o protagonismo na construção de um projeto de vida e de carreira”, destaca a CNI. Segundo a entidade, o projeto já foi ampliado para 23 estados (RS, MG, SP e RJ estão em fase de adequação) e conta com cerca de 10,4 mil alunos. Atualmente, além de eletrotécnica, oferece mais 19 opções de cursos técnicos.
Ao longo dos três anos de curso, os estudantes recebem até 1.800 horas de aulas dedicadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e pelo menos mais 1.200 horas dedicadas aos programas de formação de livre escolha. Segundo a CNI, entre os alunos da primeira turma formada, há profissionais prestando serviços de manutenção e instalação elétrica em grandes empresas, banco, imóveis residenciais, escritório de arquitetura, obras de construção, entre outros. Muitos deles aguardam agora, com expectativa, o resultado da primeira chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferece mais de 209,1 mil vagas em cursos de graduação de 110 universidades públicas.
Fonte: Agência Brasil