O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes tirou o sigilo das mensagens apreendidas pela Polícia Federal no celular do coronel do Exército Mauro Cid.
Cid era ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro e foi preso na operação que identificou fraudes nos cartões de vacinação de Bolsonaro.
Moraes baixou o sigilo do relatório da Polícia Federal depois que a revista Veja publicou parte do conteúdo periciado no celular de Cid.
De acordo com a PF, as mensagens mostram que Mauro Cid reuniu documentos para tentar dar suporte jurídico à execução de um golpe de Estado.
Segundo o relatório, Cid compilou estudos que tratam da atuação das Forças Armadas para Garantia dos Poderes Constitucionais e GLO.
Os documentos tratam da possibilidade do uso das Forças Armadas, para assegurar o funcionamento independente e harmônico dos Poderes da União, por meio de determinação do Presidente da República.
As mensagens mostram que Cid compartilhou um documento com instruções para declaração de Estado de Sítio diante do que ele chamou de “decisões inconstitucionais do STF”.
A PF também identificou que outro ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Luis Marcos dos Reis, frequentou o acampamento montado no ano passado em frente ao quartel do Exército em Brasília.
E segundo as investigações, Luiz participou dos atos golpistas no dia 8 de janeiro.
Além disso, segundo a reportagem da revista Veja, mensagens do coronel do Exército Jean Lawand, pediam para que Cid convencesse Bolsonaro a ordenar uma intervenção militar no país, após a derrota nas eleições para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em nota, o Exército esclareceu que o Coronel Lawand serve no Escritório de Projetos Estratégicos do Estado-Maior do Exército.
E que ele foi substituído para que possa esclarecer todos os fatos relacionados ao caso.
A nota também destaca que opiniões e comentários pessoais dos integrantes da Força não representam o pensamento do comando do Exército Brasileiro nem seu posicionamento oficial.
E que o Exército é uma Instituição de Estado, apartidária e que prima sempre pela legalidade e pelo respeito aos preceitos constitucionais.
Fonte: Agência Brasil