O Dia Mundial Sem Tabaco, realizado no dia 31 de maio, foi criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1987, visando alertar as pessoas sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo.
De acordo com dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas a cada ano e destrói nosso meio ambiente, prejudicando ainda mais a saúde humana, através do cultivo, produção, distribuição, consumo e resíduos pós-consumo.
Nesse sentido, Brasília é a segunda capital do país com a maior proporção de fumantes, atrás apenas de Campo Grande (MS). Com base a edição de 2021 da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, 11,8% da população do DF acima de 18 anos se declara fumante. Esses dados são levantados pelo Ministério da Saúde.
Os valores indicados nessa pesquisa apontam a redução do consumo de cigarros industrializados, no entanto, há indícios de aumento de outras formas de uso da nicotina, como os cigarros eletrônicos e o narguilé.
“Esse dado de 11,8% é o das pessoas que assumem que fumam. Mas não há essa percepção de serem fumantes por parte de muitos dos que usam as novas formas de consumo da nicotina, como os cigarros eletrônicos e o narguilé. Pelo contrário, muitos pensam se tratar de uma forma de deixar de fumar”, alerta Nancilene Melo, médica pneumologista da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF).
Diante disso, a Vigilância Sanitária do Distrito Federal apreendeu mais de 3 mil cigarros eletrônicos em nove meses. Em que pese o uso desses dispositivos seja permitido no Brasil, a sua comercialização é proibida.
Nesse período, que compreende de setembro de 2021 a maio de 2022, um total de 105 estabelecimentos foram autuados por descumprirem a legislação e 60 foram interditados parcialmente ou totalmente.
No mais, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, revelou que 50,6% dos estudantes de 13 a 17 anos já haviam experimentado narguilé, 30,8% tinham usado cigarro eletrônico e 27,3% fumaram pelo menos uma vez os cigarros tradicionais.
Tratamento
O tabagismo é uma doença que contribui para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer. Além disso, também contribui para o desenvolvimento de outras enfermidades, como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras.
Assim sendo, a rede pública do DF dispõe nesse momento de 40 unidades de saúde habilitadas para realizar o tratamento das pessoas que necessitam de apoio no abandono do tabagismo, de forma gratuita.
Em 2021, mesmo durante a pandemia da Covid-19, 875 usuários foram atendidos, porém apenas 385 fizeram o tratamento completo e 283 pessoas deixaram de fumar (32%).
Os interessados devem se dirigir às Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou aos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) cadastrados mais próximo do trabalho ou domicílio, onde serão acolhidos e receberão as orientações necessárias.