Um aumento expressivo no número de casos de dengue no Distrito Federal tem assustado os moradores da capital. O último boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) mostrou que até 13 de agosto deste ano, houve o registro de 63,8 mil casos prováveis da doença. Essa quantidade representa um aumento de 410,3% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Para tentar diminuir os casos, as equipes do Núcleo de Vigilância Ambiental promoveram na Cidade Estrutural, nesta última sexta-feira (26), uma ação de combate ao mosquito Aedes aegypti.
Adele Vasconcelos, médica intensivista do Hospital Santa Marta, explica que esse crescimento no número de casos já era esperado pelas autoridades de saúde e se deve a um misto de vários fatores. “A gente já vinha se preparando para essa onda junto com a Secretaria de Saúde reunindo todos os hospitais e os coordenadores de emergência, diretores de hospitais”.
Para a médica, dois fatores principais contribuíram para o aumento: a subnotificação na pandemia e o excesso de chuvas deste ano. “A gente teve no período da pandemia de isolamento das pessoas dentro de casa, isso fez com que elas parassem de circular, fazendo com que as pessoas adoecessem menos, não só de dengue. E eu também acredito que os casos leves não foram procurar o hospital”, explica.
Adele Vasconcelos busca enfatizar que o combate à dengue se inicia pela prevenção e que a população deve estar atenta aos cuidados em casa, por exemplo, reservatórios com água parada. “É importante prevenir que os ovos não sejam depositados porque, no Brasil, o clima é muito favorável para a dengue. Então basta que fique chovendo bastante, ter um ano mais chuvoso, que a gente acaba tendo mais casos de dengue também”, ressalta.
Apesar da doença não possuir uma taxa de letalidade muito alta, gera grandes impactos na sociedade. No entanto, é importante manter-se sempre hidratado com um elevado consumo de água e caso persista com febre alta por mais de três dias, é importante procurar um profissional de saúde.
Embora exista esse número assustador de casos, não há um aumento significativo de mortes com comparação ao ano de 2021. Nesse mesmo período do ano passado, a SES-DF registrou 10 óbitos pela doença, neste ano foram 11 mortes.
Para prevenção
– Combate aos locais que possam acumular água;
– Evitar o acúmulo de entulho e lixo em casa e arredores;
– Deixar sempre a caixa d’água tampada;
– Cuidar de vasos de plantas, jarros de flores e plantas que possam acumular água entre suas folhas;
Regiões com mais casos em 2022
1º – Ceilândia: 10.351
2º – Samambaia: 5.845
3º – Taguatinga: 3.987
4º – Planaltina: 3.594
5º – São Sebastião: 3.086
6º – Vicente Pires: 2.325
7º – Sobradinho: 2.171
8º – Sobradinho II: 2.153
9º – Recanto das Emas: 2.294
10º – Paranoá: 1.471