A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o Ministério da Saúde (MS) conduzem uma pesquisa em 12 unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal, com o objetivo de analisar a correlação entre o número de internações e a cobertura vacinal no combate à gripe (influenza).
A pesquisa na capital foi conduzida pela Gerência de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis e de Transmissão Hídrica e Alimentar (Gevitha), que faz parte da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). Nesta fase inicial, foram selecionados 94 pacientes recentemente internados com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), uma complicação da síndrome gripal que apresenta sintomas típicos e pode incluir dispneia ou desconforto respiratório, agravamento da condição da doença de base e hipotensão em relação à pressão arterial habitual.
A gerente da Gevitha, Renata Brandão, destaca que todo esse processo proporciona informações essenciais para determinar a necessidade de ampliar a campanha de vacinação contra a influenza, além de permitir a avaliação da efetividade da vacina na realidade do Distrito Federal.
O projeto denominado Revelac I constitui uma rede oficial de países com interesse em produzir evidências para programas de vacinação e mensurar a eficácia da imunização contra o vírus influenza. Nesta fase específica, a pesquisa incluiu crianças de seis meses a cinco anos de idade e idosos com 60 anos ou mais, que foram internados e diagnosticados com a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) durante o período de maio a junho de 2023. Cada paciente ou responsável foi solicitado a enviar o comprovante de vacinação, garantindo o devido sigilo e sem qualquer custo envolvido. A previsão é que a segunda etapa ocorra em setembro deste ano.
Brandão enfatiza que o projeto fornece evidências sobre a eficácia da vacina contra a influenza sazonal em cenários do mundo real, permitindo a avaliação dos resultados por região. O Brasil, ao participar desse projeto, contribui significativamente com um volume representativo de dados, sendo de suma importância para estimar a efetividade da vacina.
Vale destacar que esta é a primeira vez que o Distrito Federal participa da pesquisa. No entanto, o projeto é realizado anualmente desde 2012, com a inclusão de dados de outros países latinoamericanos e estados brasileiros. Análises anteriores (de 2013 a 2017) já comprovaram a eficácia da vacina contra a influenza na redução de internações relacionadas à gripe.
Conforme explica a gerente, os resultados das análises anteriores sugeriram uma redução de 40% a 50% das hospitalizações associadas à influenza em crianças de 6 meses a 5 anos e em idosos com 60 anos ou mais, dependendo do tipo/subtipo predominante do vírus durante a estação, segundo informações do Ministério da Saúde.
A vacinação contra a influenza integra o Programa Nacional de Imunização (PNI), estabelecido em 1973. Conforme dados do Ministério da Saúde, durante o período em que a vacina é administrada, ela reduz a carga da doença e previne o surgimento de complicações, minimizando os sintomas em grupos prioritários e aliviando a sobrecarga nos serviços de saúde.
Este ano, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) tem realizado esforços diversificados para alcançar o maior número possível de pessoas com a cobertura vacinal, tanto para a influenza quanto para a Covid-19. Através de campanhas frequentes e ações específicas em locais de grande movimentação, a pasta busca facilitar o acesso à imunização.
No período entre 31 de março e 10 de julho, mais de 700 mil doses da vacina contra a gripe foram aplicadas. No grupo prioritário de idosos, a cobertura vacinal alcançou mais de 50% do público-alvo, chegando a 54,3%.