A disponibilidade da profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP HIV), um dos métodos de prevenção contra a infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), foi expandida no sistema de saúde público do Distrito Federal. Além do Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin) e da Policlínica de Taguatinga, que já são reconhecidos como unidades de referência no tratamento do HIV/Aids, os serviços agora também estão acessíveis na Policlínica de Ceilândia II, localizada nas proximidades do Hospital Regional da Ceilândia (HRC).
Desde julho, o ambulatório especializado em PrEP na Policlínica de Ceilândia II tem estado em operação. O atendimento ocorre todas as quartas-feiras durante a tarde, e os agendamentos são realizados diariamente nas instalações da unidade. Inicialmente, foram disponibilizadas 120 vagas para atendimento. Adicionalmente, visando expandir os serviços na região, a equipe promoveu uma capacitação neste mês para mais de 50 profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS), com o intuito de fornecer orientações sobre a estratégia de prevenção do HIV destinada à população em situação de vulnerabilidade.
Nos dados do Informativo Epidemiológico do HIV e da Aids no Distrito Federal, o período de 2017 a 2021 revela que a faixa etária mais afetada pela infecção pelo HIV foi a população de 20 a 29 anos, representando 46,5% dos casos. A maior incidência de infecções (44,4%) corresponde a pessoas que se autodeclaram pardas.
A PrEP, um antirretroviral, é projetada para ser tomada antes da atividade sexual, proporcionando ao corpo uma preparação para potenciais exposições ao vírus. Essa abordagem é uma faceta das estratégias combinadas de prevenção do HIV, que englobam recursos biomédicos, comportamentais e estruturais. Inclui medidas como o uso de preservativos e lubrificantes, a realização regular de testes e a adesão à terapia antirretroviral (TAR), que controla a disseminação da infecção.
A PrEP pode ser adotada por qualquer pessoa que esteja em uma situação de vulnerabilidade ao HIV, desde que seja prescrita por um profissional de saúde. A dosagem pode ser diária ou conforme necessário, de acordo com orientações médicas. Aqueles que optam por essa estratégia passam por avaliações regulares, incluindo testes para HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), que não são abrangidas pela proteção oferecida por esse antirretroviral.
Com o objetivo de combater a epidemia de HIV/Aids, é de grande importância expandir as opções de métodos preventivos para que a população possua uma gama diversificada de ferramentas de proteção contra a contaminação pelo vírus do HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como destaca Beatriz Maciel Luz, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist).
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) se apoia nos princípios da precaução e do cuidado como fundamentais ao abordar a temática de IST/Aids. Anualmente, a secretaria distribui aproximadamente 15 milhões de preservativos masculinos, 400 mil preservativos femininos e gel lubrificante. Ademais, uma assistência pré-natal adequada é essencial para evitar a transmissão de ISTs da mãe para o bebê.
Além da utilização de preservativos, algumas ISTs podem ser evitadas por meio de vacinas, como no caso da hepatite B e do HPV. A testagem para o HIV é um direito garantido aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O teste rápido está à disposição nas unidades básicas de saúde (UBSs) e também no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), situado no mezanino da Rodoviária do Plano Piloto. Para encontrar a UBS mais adequada, é possível acessar o portal InfoSaúde e inserir o CEP correspondente.