A descoberta de uma nova subvariante da COVID-19 no Distrito Federal e o aumento no número de casos confirmados da doença não devem causar pânico, mas sim acender um alerta sobre a necessidade crucial da vacinação e da adoção de medidas de etiqueta respiratória. Esses são os principais pontos destacados no recém-divulgado boletim epidemiológico da COVID-19, emitido pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) nesta quarta-feira, dia 6.
No período compreendido entre 27 de agosto e 3 de setembro, o Distrito Federal notificou o surgimento de 626 novos casos de COVID-19. Na semana epidemiológica anterior, haviam sido registrados 497 novos casos. Isso resultou em um aumento do índice R(t), que é a taxa de transmissão da doença, atingindo o valor de 1,36. Em termos práticos, a cada grupo de 100 pacientes infectados, espera-se que eles transmitam a doença para outros 136 indivíduos, indicando um agravamento da pandemia, mesmo que os números absolutos ainda sejam relativamente baixos.
O subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-DF, Divino Valero, esclarece que esse aumento no número de casos não pode ser diretamente atribuído à subvariante Éris, que foi confirmada em agosto no Distrito Federal. Ele destaca que, até o momento, não se pode afirmar que o aumento esteja diretamente ligado a essa nova subvariante, pois, das amostras coletadas, apenas uma testou positivo para ela.
A subvariante Éris, uma derivação da Ômicron, também conhecida internacionalmente como EG.5.1, já está em circulação desde pelo menos fevereiro e foi confirmada em mais de 50 países. No Brasil, o primeiro caso foi reportado em São Paulo, em 17 de agosto. Não há indícios de que essa subvariante seja mais letal ou mais contagiosa do que a Ômicron, a variante identificada pela primeira vez no Distrito Federal em dezembro de 2021.
Divino Valero, no entanto, alerta para o fato de que este período do ano no Distrito Federal é propenso ao aumento de casos de doenças respiratórias, incluindo a COVID-19 e a gripe. Ele ressalta que estamos em uma fase sazonal de circulação de vírus respiratórios, e o Ministério da Saúde prevê um aumento contínuo nas próximas semanas. Para evitar a propagação, as principais recomendações continuam sendo a adoção de medidas de higiene, etiqueta respiratória e, principalmente, a vacinação.
Metade da população ainda não recebeu a dose de reforço
Até 4 de setembro, a taxa média de cobertura vacinal contra a COVID-19 é de 81,9% para a primeira dose e de 78,7% para a segunda dose. Todas as faixas etárias acima de 12 anos apresentam pelo menos 81,2% de cobertura para a segunda dose. No entanto, apenas 51,3% da população retornou às unidades de saúde para receber, pelo menos, uma dose de reforço.
No que diz respeito às crianças, a situação é ainda mais preocupante: 43,9% das crianças de 5 a 11 anos ainda não receberam a segunda dose. Esse índice aumenta para 82,7% para as faixas etárias de 3 e 4 anos, e atinge 90,4% para bebês de um ano a seis meses. É importante mencionar que houve um único caso confirmado da subvariante Éris no Distrito Federal, que afetou uma criança com até dois anos de idade. É relevante observar que as crianças de 5 a 11 anos podem receber uma dose de reforço, mas somente 11,8% delas já foram levadas a um local de vacinação para receber essa dose adicional.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) disponibiliza aproximadamente 100 pontos de vacinação, de segunda a sexta-feira, onde são oferecidas vacinas contra a COVID-19. Além disso, são realizadas ações de vacinação nos fins de semana e em locais de grande aglomeração, como escolas, shoppings e feiras. Além das vacinas contra a COVID-19, a SES-DF também oferece vacinas contra outras doenças, como gripe, febre amarela, HPV, tétano, sarampo e coqueluche, entre outras.