Quinze mulheres começaram a escrever uma nova página em suas vidas nesta segunda-feira (15). O grupo teve a primeira aula do curso de corte e costura realizado no Sol Nascente pelo projeto Flores do Cerrado. A programação segue até 9 de fevereiro e inclui desde conceitos básicos, como ajustes de zíperes e barras de calça, a técnicas mais avançadas, como upcycling (reutilização de roupas) e bordado.
As aulas ocorrem de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h, no Ponto de Cultura Economia Solidária, situado no Condomínio Gênesis do Sol Nascente. No espaço, as alunas contam com máquinas de costura modernas e material para reparos e customização de peças. Também há uma sala para recreação infantil, em que os filhos das participantes podem brincar enquanto as mães aprendem um novo ofício.
Essa é a primeira experiência da dona de casa Maria de Jesus Gomes, 44 anos, com corte e costura. “Minha vontade é aprender, né? Só sei fazer o básico, com linha e agulha. Uns pontinhos para consertar roupa, e nada mais. Quero sair daqui sabendo de tudo e me tornar uma ótima costureira”, almeja. “Na idade em que estou, essa oportunidade é muito boa. É uma forma de conseguir uma renda que não tenho hoje, mas que vai me ajudar muito mesmo”, comenta Maria.
O Flores do Cerrado surgiu em 2020 e é desenvolvido pela Comissão Especial de Direitos Humanos e Cidadania (CEDHuC), por meio de termo de fomento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF)
A dona de casa Anirene Andrade, 47, compartilha da animação. Ela espera aperfeiçoar as técnicas que aprendeu em um curso feito na Fábrica Social em 2015. “Aqui, espero aprender a mexer com feltro, com bordado… Quero aprender a fazer essas coisinhas pra poder oferecer meus serviços lá perto de casa, para conseguir uma renda extra”, diz ela, que, em 2022, participou do Renova-DF.
A coordenadora do curso e designer de moda, Juliana Gomes, explica que o objetivo do curso é mostrar os caminhos rentáveis por meio do corte e costura. Segundo ela, as alunas poderão criar peças únicas e com maior valor agregado. “Primeiro, vamos passar como apertar uma calça, arrumar um zíper. Depois, vamos focar na reutilização de tecidos, ensinando a transformar matérias já usadas em novas roupas, como bolsas, xuxinhas de cabelo, e, por fim, vamos ensinar bordado básico. No final, vamos ter um projeto que integra todas essas técnicas e que pode ser vendido pelas alunas”, afirma.
O projeto
O Flores do Cerrado surgiu em 2020 e é desenvolvido pela Comissão Especial de Direitos Humanos e Cidadania (CEDHuC), por meio de termo de fomento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF). Na primeira edição, cerca de 150 mulheres foram capacitadas nas regiões do Varjão, Riacho Fundo II, Estrutural e Sol Nascente.
“Esse projeto é de fundamental importância na promoção da inclusão e educação com apoio da cultura”, destaca o titular de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes. “O objetivo é que mulheres de baixa renda possam ter uma formação, e começar o ano com novas oportunidades. Estamos comprometidos com mais qualidade de vida para todos”, afirma.
Segundo o idealizador do Flores do Cerrado, Fábio Barrera, as alunas do primeiro ciclo alcançaram bons resultados nas vendas de sacolas de mercado. “Agora, as meninas farão xuxinhas, bolsas, ecobags e o que mais sentirem vontade”, pontua. “O projeto surgiu na pandemia, em que vimos que muitas mulheres suportavam abusos, a violência doméstica, por não terem como se sustentar e sustentar os filhos. Então, começamos a levar o conhecimento em corte e costura, que pode virar renda, para mulheres em vulnerabilidade social para tentar mudar essa realidade”, conta.
No dia 17 de fevereiro, começam as aulas na Chácara Santa Luzia, na Estrutural. O link para inscrição será divulgado no Instagram @floresdocerrado.df.
Fonte: Agência Brasília