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O retorno às aulas é marcado por merendas balanceadas e nutritivas

Diariamente, os funcionários se dedicam a oferecer uma alimentação saudável e equilibrada aos estudantes, visando garantir um bom rendimento dentro da sala de aula.

Um toque leve de sal, cebolinha, alho e cúrcuma são ingredientes essenciais, mas o elemento primordial que não pode faltar é o afeto. Depois de 12 anos dedicados diariamente às crianças e jovens da rede pública de ensino, o período de recesso escolar só intensificou a saudade que Francisca Gonçalo de Moura, de 60 anos, sentia pelos pequenos. Ela mal podia esperar para vê-los de volta à escola, ansiosa para preparar o que faz de melhor: a merenda.

“Em cada prato que preparamos, o amor é sempre o ingrediente principal”, afirma a merendeira, com lágrimas nos olhos. Com o retorno às aulas, o cuidado e carinho estão ainda mais presentes nas receitas, garantindo que os alunos se sintam acolhidos e inspirados para o novo ano letivo. Uma alimentação equilibrada é fundamental para garantir um bom desempenho na sala de aula. “Ninguém consegue aprender com fome. Quando os estudantes têm acesso a refeições saudáveis, seu desempenho cognitivo melhora significativamente, eles conseguem se concentrar nas aulas e têm mais energia para brincar e estudar”, afirma Juliene Moura Santos, diretora de Alimentação Escolar (DIAE) da Secretaria de Educação.

Variedade no cardápio

Consciente da importância da alimentação para o desempenho escolar das crianças, Francisca usa sua criatividade para oferecer o melhor em suas receitas. São 11 tipos diferentes de cardápios que atendem às necessidades específicas de cada instituição de ensino, levando em conta o regime das aulas e a localização geográfica.

Para elaborar os cardápios das 680 escolas, as nutricionistas da DIAE têm à disposição 71 tipos diferentes de alimentos, garantindo diversidade nas receitas. “Estamos sempre variando esses alimentos para oferecer mais opções. Não podemos servir a mesma coisa o tempo todo. Este mês, por exemplo, haverá muito peixe, ovos e carne suína”, explica Juliene. A parceria entre as Secretarias de Educação (SEEDF) e de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF), juntamente com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), garante a entrega semanal de produtos frescos, priorizando os alimentos produzidos pela agricultura familiar do Distrito Federal. “Esses itens são cultivados aqui mesmo no DF; os agricultores fazem a colheita no fim de semana e na segunda-feira já estão entregando nas escolas”, observa a diretora.

Para o primeiro ciclo de alimentação dos alunos, que dura sete semanas, o cardápio é composto principalmente por produtos cultivados no DF, como goiaba, pepino, abóbora, cenoura, batata-doce e beterraba. Durante o período chuvoso, os alimentos cultivados debaixo da terra são mais recomendados do que os de folhas.

Alunos que apreciam uma boa refeição

O cardápio é elaborado de acordo com os itens disponíveis no mercado, respeitando a sazonalidade dos alimentos. O brócolis, por exemplo, faz parte do planejamento alimentar dos alunos. Davi Dantas, de 10 anos, aluno do 5º ano na Escola Classe da 204 Sul, não costumava comer brócolis, mas passou a gostar depois de experimentar as receitas preparadas por Francisca. “Eu nem tocava em brócolis antes. Mas aprendi a gostar aqui na escola. As ‘tias’ da merenda são muito legais e a comida delas é boa”, avalia o garoto. Já João Lucas Oliveira Silva, também de 10 anos, não tem restrições alimentares: “Eu gosto de tudo que elas fazem. Como de tudo. Gosto do filé, da pizza, do peixe, da farofa, do arroz com feijão, do ovo, do café da manhã. Também como todas as frutas: maçã, mamão, melão”, diz ele, ansioso pela hora do lanche.

João Lucas também aprendeu a apreciar peixe graças à merenda escolar. “Eu tinha medo das espinhas. Mas comecei a comer, percebi que não era tão ruim e gostei bastante”, compartilha. “Eu tomo um pouco de leite em casa e deixo para me alimentar aqui na escola, porque a comida aqui é muito melhor. Às vezes, peço para minha mãe fazer algumas receitas que as ‘tias’ fazem”, acrescenta. Cada aluno tem suas particularidades, gostos e preferências, mas quando se trata das responsáveis pela comida, os elogios são unânimes. “Gosto muito delas. São muito legais e tratam todo mundo muito bem. Não sei o que é, mas a comida delas é muito gostosa e bem melhor do que a de outras escolas”, afirma Nathalia Franco, de 10 anos.

Khyara da Silva Souza, também de 10 anos e colega de turma de Nathalia, concorda. Para ela, as refeições especiais em datas comemorativas são as melhores: “As ‘tias’ são muito legais e cozinham muito bem, por isso a comida é gostosa. Fico mais animada para vir à escola quando tem lanches especiais, como cachorro-quente e lasanha. Olho o cardápio da escola todos os dias para ver o que terá de lanche”. O cardápio específico de cada instituição de ensino é disponibilizado aos pais dos alunos pela direção da escola, e também pode ser acessado no site da Secretaria de Educação.

No ano passado, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) atendeu a mais de 400 mil estudantes, exigindo um investimento anual de R$ 100,7 milhões para a aquisição, transporte e armazenamento dos alimentos. Além disso, o governo destinou mais R$ 38,2 milhões para a compra de alimentos da agricultura familiar, resultando em um total de 6.267 toneladas adquiridas.

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