Faltam apenas dez dias para que os 2.900 ônibus do Distrito Federal comecem a aceitar cartões de crédito e débito como forma de pagamento das passagens, além do BRB Mobilidade. Os novos validadores estão sendo instalados nos veículos e, até o momento, cerca de mil já estão habilitados para aceitar pagamentos com cartões e por aproximação. A previsão é que todos os ônibus estejam equipados até 1º de julho. Apesar de ainda pouco conhecida entre os usuários, a novidade foi bem recebida pelos passageiros da linha 0.116, que atravessa a Asa Norte. “Isso é maravilhoso. Eu não sabia que já estava em vigor. Vai facilitar muito a vida do passageiro, que muitas vezes não tem dinheiro trocado. Com o celular também será ótimo; se esquecer o cartão ou a carteira, é possível pagar por aproximação”, disse Rosângela Carneiro Luz, gerente administrativa de 58 anos.
Para Alcione da Silva, cobradora da Piracicabana, de 48 anos, o principal benefício da nova medida é a segurança no trabalho: “Nunca sofri um assalto dentro do ônibus, mas sempre tinha medo. Agora os bandidos sabem que não temos dinheiro no coletivo, então isso deixa de ser um atrativo para eles, e a gente pode trabalhar com mais tranquilidade. Já comecei a notar que nos últimos dias o pagamento em espécie diminuiu bastante”. A medida visa modernizar o Sistema de Transporte Público Coletivo do Distrito Federal (STPC-DF) e garantir mais segurança e transparência tanto para os usuários quanto para os prestadores de serviços. Segundo dados da Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF (Semob), em 2023, o pagamento das passagens com dinheiro representou R$ 278,5 milhões, ou 31% do total de acessos.
O secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno José Andrade Gonçalves, afirmou que o fim do pagamento das passagens em dinheiro será gradual, conforme a adesão dos usuários. “Até o final de junho, todos os ônibus terão o novo sistema. O pagamento em dinheiro será extinto aos poucos, começando pelas linhas onde esse método já é pouco utilizado pelos passageiros. A previsão é que até o final do ano, o dinheiro em espécie não esteja mais em circulação nos coletivos”, explicou o secretário.
Bilhetagem
Atualmente, existem seis tipos de cartões do Sistema de Bilhetagem: Mobilidade, Vale-Transporte, Estudantil, Especial, Criança e Sênior. Entre 15 de maio e 20 de junho, o BRB registrou 15,8 mil novos cartões Mobilidade no DF. Para recarregar ou solicitar um novo cartão, o Governo do Distrito Federal (GDF) dispõe de 128 postos de atendimento que aceitam pagamento em dinheiro, cartões de crédito e débito, e Pix. Os mais de 280 mil usuários do aplicativo BRB Mobilidade também podem adquirir créditos de transporte com pagamento via Pix no próprio app, e o valor fica disponível em até cinco minutos.
Israel Mota, estudante e jovem aprendiz de 16 anos, utiliza a linha 0.116 da Piracicabana todos os dias para ir ao trabalho. Normalmente, ele usa o vale-transporte, mas os novos métodos de pagamento trazem segurança para quando esquecer a carteira em casa. “Muito legal essa nova tecnologia. Quando eu não estiver com o meu cartão, sei que poderei pagar com cartão por aproximação, muito mais fácil e rápido também”, elogiou.
Integração
O pagamento da passagem com cartão bancário (débito ou crédito) não permite integração. Apenas os cartões Mobilidade e Vale-Transporte permitem até três embarques no mesmo sentido, no prazo máximo de até três horas entre o primeiro e o último embarque. É possível combinar trajetos de micro-ônibus, metrô ou BRT com outras linhas de ônibus.
A integração pode ser feita em qualquer parada de ônibus, estações de metrô e terminais rodoviários. Atualmente, as tarifas dos ônibus no DF são R$ 5,50 (longa e metrô), R$ 3,80 (ligação de RAs) e R$ 2,70 (curta). Porém, o valor máximo da passagem integrada para quem utiliza cartão de transporte é de R$ 5,50, mesmo que o passageiro utilize trajetos com diferentes tarifas.