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O GDF apura possível ação criminosa no incêndio que atinge o Parque Nacional de Brasília

Há suspeitas de que o incêndio tenha sido provocado intencionalmente; aproximadamente 1,5 mil pessoas do governo local estão mobilizadas no combate às chamas.

Uma força-tarefa liderada pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) está investigando possíveis ações criminosas no incêndio que afeta o Parque Nacional de Brasília. As investigações já estão em andamento e apontam para suspeitos de envolvimento. A decisão de intensificar a apuração foi tomada em reunião, realizada nesta segunda-feira (16), no Palácio do Buriti, com a presença do governador Ibaneis Rocha, da vice-governadora Celina Leão e representantes de órgãos como o Corpo de Bombeiros do DF, Brasília Ambiental, SSP e a Secretaria do Meio Ambiente (Sema).

Durante a reunião, foi acordado que bombeiros do DF, que estavam atuando em outras localidades, retornarão imediatamente para reforçar o combate aos incêndios florestais. Ao todo, o contingente mobilizado pelo Governo do Distrito Federal (GDF) contará com 1,5 mil pessoas, incluindo Brasília Ambiental, Sema e outras pastas. O GDF destacou a importância da colaboração da população no enfrentamento aos incêndios. Para denúncias em flagrante, deve-se ligar para 190; denúncias anônimas podem ser feitas pelo 197; e o número dos Bombeiros é 193.

A vice-governadora Celina Leão reforçou que o GDF adotará medidas rigorosas para punir os responsáveis pelas queimadas, afirmando que “as queimadas são resultado de ação humana” e que aqueles envolvidos “responderão por crime ambiental”. João Paulo Morita, coordenador de Manejo Integrado do Fogo do ICMBio, também destacou que a hipótese mais provável é de que o incêndio tenha origem criminosa, dado que não houve condições meteorológicas favoráveis para um incêndio natural.

Representantes de diversos órgãos do GDF reuniram-se para alinhar as estratégias de combate ao fogo. O presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer, destacou que a maior preocupação é extinguir o fogo rapidamente e identificar os responsáveis. Uma ação conjunta entre o Corpo de Bombeiros do DF, Brasília Ambiental, ICMBio e o Ibama, com 93 combatentes, está em andamento para conter o incêndio, que já consumiu 700 hectares. As equipes atuam em terra e com apoio aéreo, utilizando helicópteros e aviões especializados.

Incêndio se alastrou rapidamente

O incêndio começou no domingo (15) por volta das 11h30, próximo ao Córrego do Bananal e à unidade de captação de água da Caesb. A combinação de calor e clima seco facilitou a propagação das chamas, com o CBMDF responsável pela parte mais crítica do combate. Além dos militares em campo, aeronaves estão sendo utilizadas para o lançamento de água, com capacidade de três mil litros por viagem. O Parque Nacional de Brasília, criado em 1961, abrange uma área de 42 mil hectares e é uma unidade de conservação de proteção integral.

A fumaça resultante das queimadas afetou várias regiões do Distrito Federal. A Secretaria de Educação deu autonomia às escolas para decidir sobre a suspensão temporária das aulas, com reposição posterior. Algumas escolas já interromperam as atividades, priorizando a segurança e o bem-estar dos alunos e profissionais. A Secretaria de Agricultura também liberou os servidores para o trabalho remoto.

Estiagem e previsão do tempo

Quanto às condições meteorológicas, o Inmet não prevê chuvas para os próximos dias, e o DF completou 146 dias consecutivos de estiagem. O clima quente e seco continua a favorecer a ocorrência de incêndios. Em resposta, o GDF já havia instituído um grupo de trabalho para criar um plano de ação em casos de eventos críticos de qualidade do ar e decretou estado de emergência ambiental para o período de junho a novembro, permitindo a contratação de brigadistas e compra de equipamentos de combate.

A prevenção aos incêndios começou com a Operação Verde Vivo, coordenada pelo Corpo de Bombeiros, que intensificou o combate desde junho com apoio de 500 bombeiros, veículos especializados e brigadistas. O apoio da população é fundamental, sendo possível denunciar focos de incêndio diretamente ao Corpo de Bombeiros ou à Central de Denúncias de Incêndios Florestais.

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