No dia 7 de agosto, o Centro de Ensino Fundamental 102 Norte vivenciou um momento especial ao receber 25 computadores por meio do programa Reciclotech. A diretora Viviane Lima recorda a empolgação dos alunos ao verem as máquinas chegarem: “Coincidentemente, os alunos estavam no pátio e fomos mostrar para eles. Pedimos para o pessoal da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação falar um pouco sobre isso. Foi incrível ver o quanto eles ficaram felizes!”. Lucas Brilhante, de 13 anos, estava presente e guarda a memória com carinho: “Foi um dia muito especial”, disse. “Foi muito legal, porque começamos a pesquisar na internet e isso está ajudando bastante no desempenho de muitos alunos”.
O CEF 102 Norte foi uma das diversas escolas beneficiadas pelo Reciclotech, um programa da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti-DF). O funcionamento do programa envolve o recolhimento de materiais eletrônicos descartados em Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), a capacitação de jovens na área de informática – com foco no recondicionamento desses equipamentos – e a doação dos computadores restaurados a instituições públicas e entidades sem fins lucrativos que promovem inclusão digital. Desde sua criação, em 2020, o Reciclotech já formou 2.065 alunos, doou 3.919 computadores e descartou corretamente 2.237 toneladas de lixo eletrônico não reaproveitável. Atualmente, existem 102 PEVs espalhados pelo DF, e o número de Polos de Economia Criativa (PECs), que oferecem cursos de capacitação, aumentou de um para cinco, atendendo diferentes regiões administrativas.
“O mais interessante do programa é que visitamos escolas como esta, um exemplo na Asa Norte, onde os computadores, que em algum momento foram descartados como lixo eletrônico, são recuperados por alunos capacitados e depois utilizados por outros estudantes, possibilitando o acesso à internet e a inclusão digital”, destacou o secretário Leonardo Reisman durante a visita ao CEF 102 Norte.
Atualmente, os computadores doados são usados para pesquisas, digitação e atividades lúdicas. “Esta geração está muito conectada à tecnologia, eles amam aprender com ela. Os alunos adorariam ter todas as aulas na sala de informática. O impacto é muito positivo, a motivação deles aumenta bastante. Os professores percebem que, quando a tecnologia é usada nas aulas, o interesse é bem maior”, afirma a diretora.
Antes, a escola possuía apenas dez computadores, de qualidade inferior, recebidos através de doações pontuais. “Sempre buscamos parceiros que pudessem doar, mas normalmente eram apenas um ou dois. Com o Reciclotech, recebemos 25 de uma só vez, o que deu um grande upgrade no nosso laboratório”, explica Rúben Reis, coordenador de Tecnologia Educacional da escola. Os alunos também reconhecem o valor do programa para o aprendizado. Wendell Sousa, de 11 anos, que é autista, comenta: “Eu gosto muito dos computadores, eles ajudam muito na minha aprendizagem”. Valentina Carvalho, de 12 anos, também destaca o impacto positivo: “Antes, não podíamos pesquisar, tínhamos que usar o celular, e nem todos tinham internet. Aprendi a usar o Microsoft Word, que nem sabia que existia. Agora, é uma ferramenta essencial para os trabalhos”.