A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) realizou, na última sexta-feira (13), uma sessão solene em homenagem ao Dia da Mulher Advogada do Distrito Federal. A iniciativa partiu da deputada Jaqueline Silva (MDB), que enfatizou a importância de valorizar o papel das advogadas na sociedade. “Esta sessão solene é para compartilharmos nossas dores e alegrias, pois sabemos que ser mulher é, antes de tudo, ser uma guerreira. Esta também é uma oportunidade de homenagearmos a primeira advogada do DF, a doutora Leopoldina Eugênia, cujo nome hoje batiza a lei do Dia da Mulher Advogada”, destacou.
A cerimônia reuniu personalidades do meio jurídico que reforçaram a relevância da luta por igualdade de gênero na profissão. Estefânia Viveiros, única mulher a presidir a seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), entre 2004 e 2009, convocou as colegas a persistirem na busca por reconhecimento. “O passado e o presente se encontram hoje nesta homenagem em busca da valorização da mulher advogada para que ela possa sempre levantar as bandeiras do respeito, da cordialidade, do companheirismo e da sororidade”, afirmou.
A presidente da Associação das Mulheres Advogadas (Abra), Meire Mota, defendeu a necessidade de paridade de gênero na advocacia. “Cada conquista para as mulheres advogadas tem que ser comemorada, mas precisamos lutar para garantir a paridade de gênero nos parlamentos, nos tribunais e em todos os órgãos da OAB”, declarou.
Essa bandeira também foi levantada pela presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB Nacional, Cristiane Damasceno. “Em 64 anos de OAB-DF, tivemos apenas uma mulher presidente. Nesse último triênio, apenas seis mulheres foram eleitas para seccionais em todo o Brasil. Se somos 52% da população, por que não temos um parlamento com metade de mulheres? Por que não temos mulheres na presidência em todas as seccionais da OAB, se somos a maioria na advocacia?”, questionou.
Representando o governo, a titular da Secretaria da Mulher do Distrito Federal, Giselle Ferreira, ressaltou que a inserção das mulheres no mercado de trabalho deve vir acompanhada da garantia de direitos. “Quando se fala que as mulheres precisam ter o mesmo espaço no mercado de trabalho, também é preciso lembrar que para isso acontecer são necessárias creches para os filhos dessas mulheres”, afirmou.
A presidente da subseção do Gama, Graciela Slongo, destacou os desafios enfrentados pelas advogadas. “Nossa trajetória ainda é marcada por muitos desafios. Somos agentes de construção de uma sociedade mais justa e igualitária e estamos em constante luta contra os preconceitos históricos”, disse. Complementando, a presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-DF, Nildete Santana, reforçou a necessidade de combater o machismo e promover a igualdade. “As mulheres precisam participar de forma igualitária em todos os espaços. É preciso extirpar o machismo da sociedade e desconstruir a cultura patriarcal que ainda persiste”, afirmou.
Lenda Tariana, vice-presidente da OAB-DF, chamou atenção para a história recente da participação feminina na advocacia no DF. “Por ser uma unidade mais nova da federação, o DF ainda abriga a primeira geração de mulheres advogadas. Muitas de nós não tiveram mães ou avós advogadas. O Dia da Mulher Advogada é importante para marcar as lutas desse movimento”, destacou.
Ao final da solenidade, a deputada Jaqueline Silva recebeu, em nome da CLDF, um quadro com a fotografia da doutora Leopoldina Eugênia, como homenagem à primeira advogada do Distrito Federal. Representantes da Defensoria Pública, como Rafaela Mitre, também se manifestaram em apoio às pautas femininas, reforçando o compromisso com a valorização das mulheres na profissão.