As farmácias do Distrito Federal desempenham papéis importantes no acesso a medicamentos, dividindo-se em três categorias principais: as de atenção primária, voltadas ao tratamento de condições comuns como hipertensão e diabetes; as de atenção secundária, que atendem pacientes encaminhados por especialistas para tratamentos mais complexos; e as farmácias de alto custo, que garantem acesso a medicamentos de valor elevado, como o nusinersena, avaliado em R$ 320 mil por unidade. Estas últimas disponibilizam cerca de 190 tipos de medicamentos para pacientes que atendam aos critérios estabelecidos nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do Ministério da Saúde ou da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF).
A diretora de Assistência Farmacêutica da SES-DF, Sara Cristina Lins Ramos, destaca a ampliação do acesso aos medicamentos: “Recentemente, autorizamos que farmacêuticos emitam receitas em casos simples, o que agiliza o atendimento e melhora o fluxo na rede”. Com cerca de 10 mil atendimentos mensais, as farmácias de alto custo contam com 70% dos medicamentos fornecidos pelo Ministério da Saúde, dependendo de seu planejamento para abastecimento.
O impacto econômico é evidente, como no caso da corretora Marta Soares, de 55 anos, que retira mensalmente medicamentos para seu filho diabético. “Se fosse comprar tudo, gastaria uns R$ 800 por mês, mas aqui é de graça. A rede também fornece fitas para medir glicemia, canetas e agulhas”, comenta Marta. Para pacientes com dificuldades de locomoção, o programa Medicamento em Casa, implementado em 2020, continua beneficiando cerca de 10 mil pessoas, como o aposentado Romildo Soares de Carvalho, 65 anos, que elogia a iniciativa: “Com mobilidade reduzida, não preciso sair de casa para manter meu tratamento”.
Outro destaque são as farmácias vivas, localizadas no Riacho Fundo e em Planaltina, que produzem fitoterápicos como o xarope de guaco, utilizado para problemas respiratórios. Esses medicamentos são feitos com plantas cultivadas nos 23 hortos da SES-DF, integrando ciência e tradição no cuidado à saúde. Segundo a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, a expansão da assistência farmacêutica reflete investimentos em estrutura e pessoal. Em 2024, 77 farmacêuticos tiveram as cargas horárias ampliadas, totalizando 977 profissionais na rede pública. “Com horários ampliados, garantimos que os pacientes possam retirar medicamentos controlados em qualquer período do dia”, explica Sara Cristina.
Recentemente, foi inaugurada a primeira farmácia ambulatorial especializada em oncologia do DF, localizada no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). A unidade atende pacientes do SUS de todas as regiões do DF e Entorno, com funcionamento de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 12h e das 13h30 às 17h30. Para retirar os medicamentos, é necessário apresentar o cartão do SUS, a prescrição médica e a devida autorização.