A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) voltou suas atenções, na sessão ordinária da última quarta-feira (26), para as goteiras que tomaram o palco da Sala Martins Pena, no Teatro Nacional. O espaço foi reinaugurado há apenas três meses, após uma obra milionária realizada pelo Governo do Distrito Federal (GDF), que, na ocasião, anunciou novas intervenções no restante do complexo cultural.
O presidente da Comissão de Cultura da CLDF, deputado Gabriel Magno (PT), informou que o colegiado oficiou a Secretaria de Cultura do DF para cobrar providências. “Mais de R$ 80 milhões foram pagos para a reabertura da Sala Martins Pena, e agora vemos músicos ensaiando sob a chuva. Essa obra tem garantia, e o governo precisa cobrar a empresa responsável”, criticou Magno durante seu pronunciamento.
A declaração provocou reações entre os parlamentares. O distrital Thiago Manzoni (PL) minimizou o problema, argumentando que ajustes pós-obra são comuns. “Quem já fez reforma sabe que, às vezes, reparos adicionais são necessários. Isso é normal”, ponderou.
Já o deputado Fábio Felix (PSOL) expressou indignação com a situação e destacou que o problema é estrutural. “Com o teatro fechado por tantos anos, quantas pessoas deixaram de aproveitar esse espaço no coração de Brasília?” questionou. Felix solicitou que a presidência da Casa reforçasse os questionamentos ao Executivo local.
O presidente da CLDF, Wellington Luiz (MDB), afirmou que a fiscalização cabe à Câmara e que a empresa construtora tem a obrigação de garantir as condições da obra por até cinco anos, prazo que pode ser estendido para dez anos em casos estruturais. “Foram recursos públicos investidos e não foram poucos. O governo deve cobrar a empresa responsável e, se não o fizer, a responsabilidade também recai sobre a CLDF”, concluiu Luiz.