O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) instalou dois novos postos de socorro às margens do Lago Paranoá, reforçando a segurança de quem busca lazer e atividades ao ar livre. As estruturas foram posicionadas em pontos estratégicos — uma nas proximidades da Ponte Juscelino Kubitschek e outra no movimentado piscinão do Lago Norte — somando agora cinco bases operacionais em áreas com alta concentração de banhistas.
A decisão de ampliar a cobertura partiu do aumento expressivo no número de frequentadores, especialmente aos fins de semana e feriados. Estimativas apontam que cada ponto recebe mais de 500 visitantes por dia. Com a recente implantação do programa “Vai de Graça”, que garante transporte público gratuito no Distrito Federal, o fluxo deve continuar em crescimento.
Com equipes treinadas e equipamentos apropriados, os novos postos atuam na prevenção de acidentes e no atendimento emergencial de afogamentos e outros incidentes aquáticos. A sargento Camila Rodrigues, do Grupamento de Busca e Salvamento, afirma que a Ponte JK e a Prainha do Lago Norte são os locais mais movimentados, e também os que mais registram ocorrências. Segundo ela, a maioria dos casos está ligada à falta de informação e cuidados básicos. “A gente está aqui para prevenir e orientar. Se não sabe nadar, use colete e pergunte ao bombeiro o melhor lugar para entrar na água. Nosso trabalho é garantir a segurança da população”, destaca.
Em 2024, o CBMDF já registrou 62 afogamentos no lago, com 19 mortes. Somente até março, foram 20 casos, sendo 11 fatais. Os dados acendem um alerta para o uso consciente e seguro da área, sem inibir o lazer.
A sensação de segurança é compartilhada por frequentadores. O mecânico Sebastião Cardoso, 47 anos, diz se sentir mais tranquilo com a presença dos bombeiros. “Com crianças por perto, qualquer distração pode virar um susto. Saber que tem profissionais por perto faz toda a diferença”, comenta.
O aumento da prática de esportes como stand up paddle também eleva a importância do suporte emergencial. O instrutor Laélio Araújo, 36, aponta que muitos praticantes se expõem a riscos, especialmente sob efeito de bebida alcoólica. “Já vimos afogamentos a poucos metros da margem. Com o posto perto, o socorro chega mais rápido”, ressalta.
Um dos pontos críticos citados é a Ilha do Tesouro, próxima à Ponte JK, destino frequente de nadadores que subestimam a distância até a ilhota, que pode ultrapassar 50 metros. O local, com trechos de até 15 metros de profundidade, é cenário de muitos atendimentos dos bombeiros. “A maioria das vítimas sabe nadar e, mesmo assim, ignora o uso do colete salva-vidas”, alerta Laélio.
O estudante Matheus Severo, 25, que frequenta o lago para atividades náuticas, reforça a necessidade de prevenção. “Mesmo quem sabe nadar deve usar colete. Se tiver câimbra ou se desequilibrar, pode ser fatal. Ter mais postos dos bombeiros espalhados é fundamental”, afirma.
Em situações de emergência, o atendimento pode ser solicitado diretamente nos postos ou pelo número 193. A orientação é clara: o Lago Paranoá está aberto ao lazer, mas com responsabilidade e atenção à segurança.