Em março de 2019, alunos da Escola Classe Ponte Alta de Cima, no núcleo rural do Gama, tiveram uma experiência, no mínimo, inusitada.
De repente, todos os 158 estudantes dos ensinos infantil e fundamental 1 da instituição passaram quase o resto do semestre estudando em uma igreja.
Mais precisamente na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, próxima ao grupo escolar.
E toda essa movimentação foi por uma causa nobre – a reforma do espaço que, segundo a coordenadora Regional de Ensino da cidade, Cássia Maria Nunes, foi uma revolução.
E é verdade.
De cara nova, o lugar, inaugurado há mais de 50 anos, ganhou outra vida.
E não só esta como outras cinco instituições de ensino das sete que fazem parte da região rural do Gama.
O que agradou muito aos professores e à direção da escola, mais ainda a comunidade local, com direito a elogios cheios de gratidão.
Aos exemplos.
O teto antigo da Escola Classe Ponte Alta de Cima, onde antes havia telhas de barro e madeira já apodrecida, ganhou telhado de zinco e teve toda a parte elétrica trocada.
O piso, de cimento vermelho clássico, agora é de granitina.
O trabalho foi possível graças a emenda parlamentar e verba do orçamento do GDF, via Secretaria de Educação,
“Havia lugar que nem tinha mais piso”,conta o vice-diretor da escola, Leonel Guimarães.
“As paredes também ganharam pé direito duplo, então tivemos que subir mais o teto.”
Antes sem espaços para comer ou fazer reunião, os educadores agora não precisam mais lanchar em pé ou conversar pelos corredores, já que a cozinha e a sala de professores foram ampliadas.
Recentemente finalizados, os banheiros da Escola Classe Ponte Alta mostram detalhes pertinentes: o dos meninos exibe paredes com cerâmica austera, enquanto o das meninas têm azulejos com desenhos de flores delicadas.
Um brinco.
Na famosa metáfora, de tão aconchegante o espaço tem o conforto de um coração de mãe. E não deve nada às melhores escolas da cidade.
“Trabalhamos para ter equidade entre todos os estudantes da rede, valorizando suas etapas e modalidades de ensino”, observa a coordenadora de Ensino do Gama, Cássia Maria.
A novidade é que a área de lazer, já presenteada com amplo pátio e um mini-palco para realização de solenidades, em breve contará com um inédito parque infantil para a garotada.
“O mais difícil nós já temos, que é o dinheiro”, festeja o vice-diretor Leonel. “Agora é esperar a autorização para começar as obras, que serão rápidas porque praticamente só precisa montar os brinquedos.”
Caçula
Uma espécie de irmã caçula local da Escola Classe Ponte Alta de Cima, a Escola Classe Ponte Alta de Baixo também passou por reformas e mudanças significativas.
Tudo resultado do esforço e do empenho das dirigentes do espaço, que em dois anos de trabalho fizeram a diferença – a diretora, Murina Nascer, e a vice-diretora Juciléia Cavalcante.
As unidades ficam a dez minutos de distância uma da outra, por estrada de chão segura.
Além da nova pintura das paredes, que trocou o verde antigo pela combinação azul e amarelo, a escola teve reformados a cantina, os banheiros e os bebedouros.
Toda a parte elétrica também foi restaurada e as calhas velhas trocadas por outras novinhas em folha.
“Com essa calha nós fazemos captação de água para nossa horta”, detalha a diretora Murina Nascer, que brinca. “Essa pintura nova agora é nosso cartão de visita.”