Águas Claras, a cidade com a maior densidade demográfica no Distrito Federal, enfrenta um problema que afeta diretamente a vida de seus moradores: o abandono de mais de 700 edificações, especialmente prédios residenciais, por construtoras. Essa realidade, que gera transtornos diversos para a população local, foi tema de uma audiência pública na Câmara Legislativa na última sexta-feira (12), convocada pelo deputado João Cardoso (Avante), mesmo em licença após procedimento cirúrgico.
Presidindo o evento, o Pastor Daniel de Castro (PP) destacou a urgência de soluções eficazes para lidar com as obras paralisadas, que impactam a vida dos moradores e a paisagem urbana. No mais, propôs medidas como o cadastro dos prédios abandonados, regularização fundiária, demolição controlada das edificações inviáveis e reforço na segurança pública nessas áreas. Finalmente, anunciou a intenção de agendar uma reunião na Terracap para discutir o assunto, em conjunto com João Cardoso.
O deputado João Cardoso, inclusive, também enfatizou a necessidade de recuperar o máximo possível das obras, sugerindo a abertura de uma linha de crédito no BRB para viabilizar a retomada e conclusão dos empreendimentos. Nesse sentido, a deputada Paula Belmonte (Cidadania) destacou que a paralisação das obras afeta diretamente a vida das pessoas que nelas confiaram, cobrando agilidade do Estado na resolução dessas demandas.
Além dos representantes legislativos, participaram da discussão moradores locais e membros de associações formadas após o abandono das obras pelas construtoras. O administrador regional de Águas Claras, Mário Henrique Furtado Rocha de Sousa, apresentou um panorama das edificações paralisadas, algumas delas com ocupação parcial ou em estágio inicial de construção, lamentando os prejuízos acumulados ao longo de duas décadas para os compradores de imóveis na região.