O Catetinho foi a primeira residência oficial do presidente Juscelino Kubitschek na época da construção de Brasília. Projetado por Oscar Niemeyer – inclusive seu primeiro para a capital – o projeto museográfico busca retomar as referências da época, preservando objetos e mobiliários desse período.
O local foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como patrimônio material do Distrito Federal.
O Palácio de Tábuas, como também é conhecido, recebeu investimento de R$ 396,6 mil da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (SECEC) e reabre para comemoração de 62 anos de Brasília, após dois anos fechados pela situação pandêmica. O museu está localizado na região administrativa do Park Way, com novo acesso e sinalizado via Brasília Country Club.
“O Catetinho é espaço símbolo de toda a jornada de criação de Brasília. É uma preciosidade para o mundo”, destaca o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.
No que diz respeito à sua manutenção, o Palácio de Tábuas passou por pinturas nas áreas externa e interna, no anexo e na sede administrativa. Essa ação se deu após a limpeza de forros e a troca de peças de ipê comprometidas. Também foram instaladas telas e espumas em orifícios na estrutura para evitar a entrada de insetos e outros animais.
No mais, o piso de cimento do pilotis foi recomposto, os banheiros históricos passaram por limpeza dos revestimentos, as vigas e pilastras receberam novo verniz e a cera acumulada foi removida dos pisos.
A reforma também pôde ser observada na área externa, com o recapeamento total do estacionamento de visitantes feito pela NOVACAP, que também realizou a roçagem dos gramados e poda em árvores.
Além disso foi construída uma rampa de acesso destinada à pessoas com deficiência (PcD) e instaladas as sinalizações horizontal e vertical, em projeto do DETRAN/DER. Por fim, todo sistema elétrico e de comunicação foram revisados.
Nesse sentido, durante as manutenções, o acervo de 466 itens foi embalado e armazenado no Centro de Dança, espaço cultural da SECEC. O acervo conta com peças de mobiliário, utensílios, livros, discos e outros objetos, que foram utilizados por Juscelino Kubitschek até 1959.
“Foram priorizadas práticas visando a estabilização tanto do prédio histórico que abriga a coleção, quanto das peças que compõem o acervo, uma vez que, dispostas em um ambiente adequado, essas obras estarão mais bem acondicionadas”, aponta a gerente de Conservação e Restauro da SECEC, Mariah Boelsums.
O gerente do Catetinho, Artani Grangeiro, que acompanhou as obras, não esconde a ansiedade de ver o museu novamente frequentado por estudantes, moradores do DF e turistas. Durante o ano de 2019, foram recebidas aproximadamente 45 mil pessoas, sendo 40% de estudantes, 23% do DF, 36% de outros estados e 1% do exterior.
Segurança sanitária
Durante a liberação dos espaços públicos ao longo da pandemia da Covid-19, o Museu do Catetinho não pôde reabrir por não cumprir as regras dos decretos, como distanciamento social e desinfecção adequada.
Dois anos após o início da emergência sanitária, a reabertura foi facilitada pela expansão da vacinação e novas diretrizes de segurança. “Hoje, temos a orientação da Fundação Oswaldo Cruz/Fiocruz de que a limpeza com água e sabão é muito eficaz, diferentemente do que se sabia antes, quando apenas álcool ou cloro ativo eram recomendados”, explica Artani Grangeiro.
Assim sendo, os espaços de exposição estão sinalizados para que os visitantes não toquem nas superfícies e ainda estão disponibilizados dispositivos para desinfecção das mãos com álcool, para que esteja garantida a segurança de todos os frequentadores dessa histórica construção de Brasília.
Horário de funcionamento
No aniversário de Brasília (21/04), a entrada é gratuita, e abre das 12h às 17h.
A partir do dia 22/04, volta o horário de funcionamento de terça-feira à domingo, das 9h às 17h.