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Comissão de Transparência da CLDF analisa indicadores financeiros do Iprev-DF

Durante a reunião da comissão parlamentar também foi realizada a oitiva do diretor-presidente do Instituto.

Na última sexta-feira (26), a Comissão de Fiscalização, Gestão, Transparência e Controle da Câmara Legislativa conduziu uma audiência para discutir os indicadores financeiros do Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev-DF). O diretor-presidente do instituto, Paulo Ricardo Andrade Moita, apresentou os números referentes às aplicações financeiras realizadas pela entidade e respondeu a perguntas sobre as investigações relacionadas à suspeita de má gestão dos recursos envolvendo ex-servidores do Iprev.

A presidente da comissão, Paula Belmonte (Cidadania), destacou que a investigação em torno do Iprev foi o principal motivo para convocar o diretor-presidente. “Em fevereiro deste ano, a Polícia Federal deflagrou uma operação contra diretores do Iprev. De acordo com as investigações, esses diretores teriam agido para favorecer a destinação de recursos para fundos de investimento, recebendo em troca vantagens indevidas pagas em espécie. Ao ouvir o atual diretor-presidente, que não está sendo investigado, a Câmara Legislativa busca promover transparência na gestão pública do DF”, afirmou a deputada.

Durante a reunião, Paulo Ricardo Andrade Moita apresentou dados sobre o patrimônio do Iprev-DF, informando que o instituto possui um total de R$ 3,92 bilhões em ativos, dos quais R$ 1,3 bilhão estão investidos em apartamentos funcionais. Atualmente, o Distrito Federal possui mais de 71 mil aposentados do Poder Executivo e cerca de 1 mil aposentados do Poder Legislativo. O Iprev arrecada aproximadamente R$ 400 milhões por mês por meio das contribuições dos servidores.

Questionado sobre a eficácia das aplicações financeiras realizadas pelo Iprev-DF com os recursos destinados ao financiamento das aposentadorias e pensões, o diretor-presidente reconheceu que os rendimentos foram baixos, mas justificou o resultado negativo como consequência de fatores externos. “A rentabilidade real caiu nos anos de 2021 e 2022. O mercado financeiro enfrentou dificuldades devido à pandemia, à inflação, à taxa de juros e à guerra na Ucrânia. Não é possível prever se os fundos irão crescer ou diminuir, mas nós diversificamos a carteira ao máximo. Foram anos desafiadores”, explicou Paulo Ricardo Andrade Moita.

Em relação à recente operação da Polícia Federal no Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev-DF), o diretor-presidente, Paulo Ricardo Andrade Moita, revelou que o servidor investigado foi afastado e as operações com o agente autônomo envolvido na operação foram suspensas. “O diretor-financeiro foi afastado e suspendemos qualquer operação com fundo de aporte que tenha a empresa Grid como agente autônomo. A Grid tinha 7 fundos de renda variável no valor de R$ 500 milhões. Em um desses fundos, o Iprev aplicou R$ 200 milhões, dos quais R$ 120 milhões foram perdidos e hoje restaram apenas R$ 80 milhões”, explicou Moita. Ele ressaltou que a maioria das aplicações financeiras do Iprev-DF agora está em fundos de renda fixa e que os rendimentos têm apresentado resultados satisfatórios após dois anos difíceis.

Nesse sentido, a deputada Paula Belmonte expressou críticas à gestão dos investimentos realizados com o dinheiro do Iprev-DF. “Temos que verificar como foram escolhidos esses fundos. O que observamos foi uma taxa de retorno de somente 0,36%, que é muito baixa. Se o Iprev tivesse colocado esse dinheiro na poupança, teríamos uma rentabilidade melhor. Há uma suspeita de prejuízo aos servidores. Por isso, é muito importante que esta comissão continue acompanhando e fortalecendo o sistema de transparência”, afirmou Belmonte.

No encerramento da audiência, o diretor-presidente do Iprev-DF se comprometeu a fornecer à comissão relatórios detalhados sobre a gestão dos recursos do instituto, a fim de garantir um acompanhamento mais efetivo das atividades.

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