A madrugada desta segunda-feira (8) foi bastante movimentada no centro obstétrico do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Ultrapassando a média de cinco a oito partos por plantão, até o meio da manhã de hoje foi realizado um total de 15 partos, sendo 13 normais e duas cesarianas.
“Foi um plantão atípico. Nosso serviço é referência para o atendimento de gestantes de alto risco na Região de Saúde Sul, pois temos UTI neonatal e adulto. Por conta disso, o número de partos cesáreas costuma ser quase 50%. Fora que a quantidade de partos foi bem maior do que a nossa média. Foi uma madrugada com muitos bebês chegando ao mundo”, avalia a chefe do centro obstétrico do HRSM, Priscila Pinheiro.
“A laceração é algo que pode ocorrer no parto vaginal. Mas a maioria das lacerações que ocorre aqui é fisiológica, que preserva a saúde íntima da mulher”
Priscila Pinheiro, chefe do centro obstétrico do HRSM
Segundo ela, graças à equipe multiprofissional composta pelos técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas e ginecologistas obstetras, a humanização na hora do nascimento é uma realidade no Hospital Regional de Santa Maria e, por conta disso, o número de lacerações patológicas – que aumentam as chances de disfunções pélvicas como dor, incontinência urinária e disfunção sexual – é bem pequeno.
“A laceração é algo que pode ocorrer no parto vaginal. Mas a maioria das lacerações que ocorre aqui é fisiológica, que preserva a saúde íntima da mulher. Em janeiro foram 124 partos normais e somente três tiveram lacerações patológicas. Já em fevereiro, de 113 partos normais, só duas pacientes tiveram as lacerações patológicas”, explica.
“Respeitamos a posição que a paciente se sente melhor para parir, fazemos massagem, oferecemos banqueta, cama… Ela é quem escolhe a posição que sente menos dor”
Geisielle Cavalcante, coordenadora do Hospital Amigo da Criança no HRSM
Segundo a coordenadora da iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) no HRSM, Geisielle Cavalcante, o hospital conta com o Cuidado Amigo da Mulher e prioriza a liberdade de movimento durante o trabalho de parto, com diminuição de intervenções, analgesia não farmacológica, exercícios para redução da dor, banho quente e massagem.
“Os partos com episiotomia acontecem muito raramente e depende bastante do caso, o que demonstra a humanização na hora do parto, um dos pilares para conquistar o selo IHAC. Além disso, respeitamos a posição que a paciente se sente melhor para parir, fazemos massagem, oferecemos banqueta, cama… Ela é quem escolhe a posição que sente menos dor”, destaca Geisielle.
Experiência
Layze dos Santos, de 23 anos, disse que conseguiu ter seu filho, o pequeno Endrick, do jeito que planejou. “Apesar da dor intensa, a equipe de enfermagem deu todo o suporte e, como trouxe uma doula de acompanhante, foi bem confortável. Me ajudaram a controlar a dor e, com isso, meu parto foi tranquilo. Mantive meu períneo íntegro”, relata a paciente.
Daniela Cordeiro, de 27 anos, teve um trabalho de parto longo, com mais de 11h de duração. Apesar de em alguns momentos achar que não teria mais forças para continuar, conseguiu dar à luz na posição que achava mais confortável e não teve nenhum tipo de laceração.
Já Francisca Maria Rodrigues, de 31 anos, chegou ao HRSM por volta das 2h da madrugada e seu filho, Francisco Paulo, nasceu duas horas depois. “O parto foi mais rápido do que eu imaginei. Pedi a Deus a chance de ter um parto normal durante toda a gravidez e consegui. A dor foi sobrenatural, mas depois que ele nasceu, passou. A equipe foi maravilhosa e me deu todo o suporte que precisava. Tive meu filho deitada de lado”, conta.
*Com informações do IgesDF
Fonte: Agência Brasília