Durante os quatro dias de Carnaval, a limpeza de Brasília esteve em foco com o reforço das equipes do Serviço de Limpeza Urbana (SLU). Cerca de 1,2 mil trabalhadores atuaram no recolhimento de resíduos descartados nos blocos carnavalescos, retirando das ruas 15,7 toneladas de lixo. O volume representa uma redução de 21% em relação ao ano passado e uma queda expressiva de 80% desde 2018, caracterizando o Carnaval deste ano como o mais limpo da história da capital.
A diretora técnica do SLU, Andréa Almeida, atribui o resultado à instalação de mais de 400 lixeiras e pontos de entrega voluntária de descartáveis, além do aumento do efetivo de limpeza. “Este ano tivemos uma folia mais limpa que no passado, quando recolhemos 19,9 toneladas de resíduos”, afirmou. Outra estratégia adotada foi a premiação dos blocos que incentivaram boas práticas ambientais.
Para atender a demanda, o SLU mobilizou 600 trabalhadores durante o dia e 300 à noite na área central de Brasília, além de aproximadamente 150 em outras regiões. Grande parte do material recolhido era reciclável – garrafas, latas, papéis e plásticos – e foi encaminhado às cooperativas parceiras do SLU.
Sustentabilidade e impacto social
Além dos benefícios ambientais, o trabalho de limpeza tem um impacto social significativo, destaca Almeida. “Os catadores dependem desses materiais para seu sustento, e 80% deles são mulheres, muitas delas mães solo”, pontuou.
A população também reconhece os esforços. Os militares Luciano Varejão e Pedro Paulo da Silva elogiaram a eficiência do serviço. “Nada melhor do que ter a capital do país bem-valorizada para o mundo afora”, disse Luciano.
Para os garis, o trabalho pode ser intenso, mas também gratificante. Antônia da Conceição Goes relata que, apesar da correria, há orgulho em ver as ruas limpas. “Quando a população tem consciência, tudo fica mais fácil. É gratificante ver toda aquela sujeira desaparecer”.