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Caminhada contra preconceito e em prol da saúde celebra Dia Mundial da Obesidade

A vida do Éder de Freitas se tornou maior. Não se trata só dos anos de vida a mais que ganhou após iniciar o tratamento contra a obesidade e, sim, do próprio dia a dia. Se antes havia “falta de tempo” para dez minutos de caminhada, agora sobra disposição para percursos de 10 quilômetros. Sucesso também no futebol, onde mal conseguia atuar como goleiro. “Jogo em qualquer posição. Tudo na minha vida melhorou. Trabalho de forma mais eficiente, durmo bem, até o casamento ficou melhor!”, conta o eletromecânico de 41 anos, enfrentando a doença há seis meses.

Satisfeito com os resultados obtidos por meio da rede pública do Distrito Federal – 37 quilos a menos -, Éder segurava com orgulho a faixa alusiva ao evento Dia Mundial da Obesidade, promovido neste sábado (9) pela Secretaria de Saúde (SES-DF). Entre as árvores do Parque da Cidade, servidores, pacientes e familiares compartilharam, longe de pré-julgamentos, experiências no enfrentamento à doença e fizeram uma caminhada para mostrar a importância do apoio a quem busca uma vida mais saudável.

Intolerância

O combate ao preconceito é um assunto que tem peso para a advogada Ruana Ramos, 31. “Atrapalha no relacionamento, na vida profissional, na vaidade. Não é toda a roupa que é acessível. Interfere em tudo”, conta. Até em consultórios médicos ela conta ter, por vezes, se sentido julgada.

O acolhimento veio, de fato, quando pisou no Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão (Cedoh), unidade da SES-DF para onde são encaminhados pacientes com graus elevados de obesidade ou complicações clínicas. “Eu fui abraçada. É um choque de realidade porque todo mundo tem problemas e o seu acaba sendo menor. Eu falava que éramos os gordos anônimos, mas não é nada anônimo, porque todos já ouvimos comentários e recebemos apelidos”, explica.

O tratamento ofertado no centro é multiprofissional, com endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, equipe de enfermagem, dentre outros. Há prescrição de medicamentos e, se necessário, encaminhamento à cirurgia bariátrica. Porém, em todos os casos, o foco é na mudança de hábitos. “Para o tratamento de obesidade também é importante haver o apoio da família. Precisamos melhorar o ambiente onde a pessoa vive”, reforça a nutricionista do Cedoh Cássia Regina.

Desde 2017, quando foi inaugurado como parte da implantação de uma linha de cuidados da SES-DF a pacientes com sobrepeso e obesidade, o Cedoh já atendeu quase mil pacientes nessas condições.

A porta de entrada para o serviço é a rede de 176 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), onde é realizado o acompanhamento dos casos menos graves. Em caso de necessidade, há o direcionamento ao Cedoh, ao Centro Especializado em Diabetes, Hipertensão e Insuficiência Cardíaca (Cedhic), ao Centro de Atenção a Diabetes e Hipertensão (Cadh) ou a ambulatórios. As unidades recebem pacientes de todo o DF e até de estados próximos.

Datas comemorativas

O Dia Mundial da Obesidade é lembrado anualmente em 4 de março, como uma data para promover a visibilidade da doença, a oferta de tratamento e a necessidade de apoio. O tema é reforçado até o dia 10, quando é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo.

A caminhada promovida hoje pela SES-DF, por meio do Cedoh, teve o apoio institucional da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), da Regional Distrito Federal da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Regional Distrito Federal da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

Fonte: Agência Brasília

Redação
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