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Câmara Legislativa promove debate sobre preservação da água e disponibilidade hídrica

Deputados e especialistas unem forças para discutir a importância desse recurso natural para a região.

Na última terça-feira (26), a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) foi palco de uma audiência pública marcante em celebração ao Dia Mundial da Água. O evento, proposto pelo deputado Fábio Félix (PSOL), reuniu especialistas em sustentabilidade e pesquisadores ambientais para discutir questões cruciais relacionadas ao abastecimento hídrico na região, bem como a urgente necessidade de conscientização e ação contra a poluição de rios e nascentes.

Entre os presentes, destacaram-se figuras como o deputado Gabriel Magno (PT), a presidente do Comitê de Bacia dos Afluentes do Rio Paranaíba no DF, Alba Evangelista Ramos, e os professores da Universidade de Brasília (UnB) Liza Maria Souza e Perci Coelho de Souza. Representantes do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Fórum de Defesa das Águas, do Movimento Salve o Rio Melchior e da Associação Guardiães de Águas Emendadas também contribuíram para a discussão.

O deputado Fábio Félix ressaltou a relevância do evento em destacar a preservação dos recursos hídricos e as ramificações do aumento da temperatura global, sublinhando a responsabilidade humana nesse processo. Félix também enfatizou a situação de marginalização enfrentada pelas comunidades mais vulneráveis, expostas à contaminação e à degradação ambiental.

“Aqui, no Distrito Federal, a gente pode falar disso a partir de uma lógica do racismo ambiental e o impacto que isso tem nas comunidades periféricas”, destacou Félix. “Quando a gente fala de infraestrutura urbana, especulação imobiliária, preservação do meio ambiente, falta de planejamento urbano, quem mais sofre com as consequências desse processo são as populações da periferia”, acrescentou.

Durante o evento, as autoridades ambientais discutiram os desafios específicos enfrentados pelo Distrito Federal no que diz respeito à disponibilidade hídrica, especialmente durante os períodos de seca que levam os reservatórios a níveis críticos. Perci Coelho de Souza, professor adjunto da UnB, destacou a precariedade do acesso à água potável em diversas regiões administrativas do DF, chamando a atenção para a necessidade de uma frente parlamentar dedicada a abordar esse problema.

“Mais do que um evento, a gente precisa ter uma agenda dos direitos humanos para que essa Casa pense sistematicamente as políticas urbanas sensíveis à água”, enfatizou Souza. “Existem 200 mil pessoas no Distrito Federal que não têm acesso a água potável”, ressaltou.

Por fim, Newton Vieira Vasconcelos, membro do Movimento Salve o Rio Melchior e ativista ambiental, trouxe à tona os desafios da regularização fundiária em áreas que são fontes de água, além das ameaças poluidoras enfrentadas em territórios ambientalmente sensíveis. Durante seu discurso, Vasconcelos denunciou o despejo de esgoto que tem degradado o rio Melchior, que divide as regiões administrativas de Ceilândia e Samambaia.

“O rio Melchior recebe 46% do esgoto produzido pela população do DF. A Secretaria do Meio Ambiente emitiu um documento informando que o Rio Melchior recebe três vezes mais esgoto do que a sua capacidade de vazão”, ressaltou Vasconcelos, evidenciando a urgência de medidas concretas para reverter esse cenário preocupante.

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